As fotos são poucas, apenas 19. Mas suficientes para revelar como um recurso natural do qual todos precisamos está ameaçado. Tanto pela escassez, quanto pela poluição. Em alguns casos, pelo excesso, ameaçando comunidades por conta do aumento do nível dos oceanos, provocado pela crise climática. Sim, com o aquecimento global e as geleiras derretendo, os efeitos já são visíveis em muitos países, inclusive no Brasil. O Recife, por exemplo, está entre as 20 cidades do mundo mais vulneráveis aos efeitos das mudanças do clima e sujeita a inundações.
Portanto, crianças, adultos e até mesmo escolas deveriam se organizar para uma visita à “Mostra Fotográfica Internacional Água é Vida”, atualmente em exposição no Museu Universo Compesa, no hall da sede administrativa da empresa, no bairro de Santo Amaro. Por que o #OxeRecife dá essa sugestão? Porque a exposição dá um banho de conscientização ambiental, através de imagens captadas em países como Bangladesh, Benim, Egito, Eslovênia, Filipinas, Índia, Líbia, Macedônia do Norte, Mali, Malta, Marrocos, México, Moçambique, Nigéria, Paquistão, Peru, Quênia e Tanzânia.
O Brasil também está presente à mostra, com uma foto do pernambucano José Nunes, que traz uma triste realidade por nós presenciada em todos os rios, córregos, canais do Recife, por exemplo. Um pescador puxando sua rede, que vem sem nenhum peixe, mas sim cheia de resíduos plásticos no Rio Capibaribe. Uma cena que a gente assiste nas pontes da cidade e até mesmo no Açude de Apipucos, onde redes e jererés são puxados cheios de detritos. Lembrete: segundo os ambientalistas, em 2050 – se nada for feito – os mares do mundo terão mais plásticos do que peixes. Os plásticos se transformaram em uma verdadeira praga contra a natureza, a partir do século passado. Também porque a humanidade não lhes dá destino correto.
É assim que Souleymane Tangara (Mali) mostra seu “Arco-íris” no Oceano”, em dramática imagem colhida na África (foto superior). “A cada segundo, cem toneladas de desperdício (de 4 bilhões produzidas anualmente) terminam chegando em rios e mares”, adverte. Shamin Wasi Nyanda (Tanzânia) retrata o lixo em uma praia não identificada. “Meu coração dói e chora de desespero o quão mal lidamos com a água, o fluído do qual toda a vida depende”, diz. “Como as ações humanas invadiram nossos oceanos, transformando lindos cenários em locais de despejo”. Tonislav Georgiev (Macedônia do Norte) mostra um homem removendo lixo de ervas daninhas no Rio CRN Drim. A foto, aliás, foi a vencedora do concurso que rendeu a exposição, organizada pela Embaixada dos Países Baixos.
Outra agressão às águas pode ser observada na foto de Armando Lopez Castañeda (México). Ele mostra o Lago Pátzcuero, antes tão importante à comunidade local, mas que está com as águas contaminadas por fertilizantes e agrotóxicos de plantios de abacate, na terra do guacamole. Morador de Janizio – a maior ilha do lago –pescador exibe o único peixe que conseguiu capturar após árduo dia de trabalho.
A exposição, portanto, está dividida em quatro eixos. Poluição das águas (Eslovênia, Brasil, Tanzânia, Macedônia, Mali, Brasil, México, Malta e Egito); escassez das águas e secas (Peru,Benim, Quênia, Marrocos e Moçambique); enchentes e aumento do nível dos oceanos devido ao aquecimento global (Bangladesh, Paquistão, Índia); lazer, com fotos que exibem o saudável convívio da população com águas de rios e mares (Filipinas e Peru). No eixo escassez, Ahouandijinov Chame mostra, por exemplo, a solidariedade entre moradores do Benim, diante da falta d’ água. No Quênia, Billy Micron mostra que os pastores perderam 70 por cento do gado, devido à seca. Na Líbia, Shaebi retrata os tons ocres do deserto. Na paisagem, “a única coisa azul é a camisa do meu parceiro”. No Marrocos, Boujemac Otomani exibe a seca. “Como se vê na foto, nossas ovelhas não conseguem comida”. Nem água, claro.
Já quanto às consequências do aquecimento global – com aumento do nível do mar – Avijit Ghosh mostra inundações na Índia. E Manoj Kuna prefere retratar enchentes no Paquistão, que atingiu 33 milhões de pessoas e matou 1.545, em 2022. Em Bangladesh (na Ásia), populações se equilibram em palafitas de varas cada vez mais altas, devido ao aumento do nível do oceano. Entre as cenas de lazer, destacam-se Prince Loyd, com a fotografia de duas crianças se divertindo em um lago, recoberto de plantas aquáticas,em Pagodian, nas Filipinas. Destaque, também, para o banho de rio no Peru.
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Serviço
Exposição Fotográfica: Água é Vida
Data: até 30 de abril
Agendamento: (81) 99488-5059
Endereço: Av. Dr. Jayme da Fonte, S/N, Santo Amaro, Recife – Sede Administrativa da Compesa
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Mostra Fotográfica Internacional Água é Vida”/ Reprodução Hans Von Mateuffel / Compesa
Muito preocupante essa questão e acho que ainda não ” acordamos” para um futuro próximo dramático.
Particularmente ,eu tenho aversão ao plástico e penso que ele deveria ser excluído ao máximo da escala produtiva no mundo. Que outras alternativas sejam criadas para a redução crescente desse elemento tão nocivo ao meio ambiente.