É começar a campanha para as eleições municipais e, à nossa cabeça, vem logo a reflexão, sobre as promessas dos candidatos para a nossa cidade. No caso do Recife, temos um milhão de problemas, que vão do déficit habitacional à falta de saneamento, da difícil mobilidade ao precário sistema de transporte público.
Segundo os especialistas, o Recife tem um déficit de 70 mil moradias. Calculando-se uma família de cinco membros por cada moradia, teríamos cerca de 350 mil pessoas residindo em condições muito precárias. E o saneamento básico? Só 49,5 dos domicílios contam com esgoto. E deste, apenas 75,2 por cento recebem tratamento.
Só por aí, já dá para se imaginar as consequências: doenças na população que não tem acesso a saneamento básico e rios extremamente poluídos. É só passar em uma ponte e sentir o odor do Capibaribe, por exemplo. Entra gestão e sai gestão, e tudo permanece do mesmo jeito. Ou até pior. Assim como o trânsito complicado da cidade, agravado por conta da péssima qualidade do transporte público. Hoje em dia até nos finais de semana está complicado transitar, estacionar, dá cansaço só em pensar em tanto desconforto. Outro setor que preocupa é o Centro do Recife, cada dia mais esvaziado (fotos).

Há recuperação no bairro do Recife, por conta da implantação de grandes projetos da iniciativa privada, porém os bairros de São José, Boa Vista e Santo Antônio continuam ao Deus dará. Fala-se no Recentro, no gabinete que deveria cuidar do centro da cidade, mas até agora pouca coisa mudou. Ruas tradicionais – como a Nova e Imperatriz – que vicejavam no passado, parecem agora dois cemitérios. O Recentro faz umas festas de rua para movimentar vias como a Avenida Guararapes, as ruas Novas e Imperatriz. Mas festa só muda a realidade de sempre?
E a paisagem é agravada pela falta de equipamentos urbanos que humanizem a Imperatriz e a Nova. Ambas foram transformadas em ruas de pedestres, poderiam funcionar como pequenos bulevares, mas a paisagem nas duas vias está cada vez mais inóspita. Querem confirmar? Olhem só as duas fotos dessa postagem. Alguma dúvida quanto à aridez das duas ruas mais conhecidas do Centro da cidade? Qual o atrativo que estas ruas de “pedestres” oferecem? Tem um banquinho de praça para você sentar e conversar? Há estímulo para o convívio da comunidade, como ocorria com pontos de encontros do passado como a Praça Maciel Pinheiro ou na própria Ponte da Boa Vista (que liga as ruas Novas e Imperatriz e que, nos séculos passados tinha até banquinhos para as pessoas conversarem)?
De que forma ruas como essas – que já não possui moradores e dezenas de lojas fechadas – podem funcionar como atrativos para a população? Tem alguma árvore, por menor que seja, que lhe dê conforto térmico? Alguns canteiros floridos que melhorem sua paisagem? Não, não possem. As pessoas preferem se deslocar aos shopping centers com ar refrigerado, do que ficar penando na rua com o sol moendo o quengo de calor, não é? Porque as sombras que existiam, acabaram com elas. Além da falta do ambiente aprazível, os seus bonitos e antigos prédios estão cada vez mais descaracterizados (principalmente em andares térreos) e seus ocupantes (comerciantes) parecem que foram “treinados” para acabar com o que resta e ainda se salva na paisagem do centro.
Depois, voltaremos ao assunto por aqui…. Nos links abaixo, mais informações sobre o centro: decadência, pilhagens, festas que quando acabam deixam a cidade do mesmo jeito.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife
O deserto se alastra pelas Rua do Livramento, Rua do Rangel, Rua da Praia, e se continuar assim, infelizmente as Ruas das Calçadas, Santa Rita, Santa Cecília, Nogueira, São José, Antônio Henrique Padre Floriano e redondezas, também, vão virar desertos. Nos Poderes Municipais tem Profissionais, Servidor de carreira da Prefeitura, que possam alertar aos atuais e os que virão de Prefeitos e Secretários e Vereadores a real situação do Recife, onde, o que mais se vê é Placa de Aluga-se e Vende-se. Só pra despertar o caos que a Cidade passa, informo, que tem Proprietários de Imóveis das ruas desertas em todos os Bairros Centrais que estão dormindo dentro dos Imóveis com Familiares com medo das Invasões por parte de marginais que tomam conta de nossas ruas. Acho que o Ministério Público e Poder Judiciário tem que se alinhar com a Administração Municipal para oferecer uma solução. Não adianta, somente, perdoar dívidas tributárias, tem que acontecer um Planejamento por parte da Prefeitura dentro da Tríade Legal de sua Lei Orgânica, Plano Diretor e Sistema de Planejamento ouvindo todas as partes envolvidas, e, por favor, não falem somente em Tecnologia como solução, a solução é Administração por inteiro, Planejar, Coordenar, Comandar, Dirigir , Ordenar e Organizar sem esses pressupostos da Ciência da Administração o Recife vai ser e próxima Califórnia das Américas. Sugiro que o “Sistema S” participe desse Processo. Administração se faz com Cidadãos e Profissionais que conheçam a Cultura Organizacional ou Administrativa do Recife. E prestem atenção, os Mercados Públicos não podem ficar afastados dessa solução, nossa Cidade nasceu das Feiras Livres que formaram os Mercados Públicos e dessas Plataformas Econômicas nasceram o Comércio, Indústria e Serviços e a Cidade começou a ser Habitada e formada como Sistema Social, Econômico e Financeiro. O Cidadão passa por nossas ruas e sente que a Cidade pode ser mudada e voltar a gerar Oportunidades para a Cidadania. “É mais fácil Distribuir Oportunidades do que gerar riquezas ” !
Muito triste mesmo!