Há alguns dias, fiz uma caminhada com vários amigos pelo centro do Recife. Era um domingo, com a cidade vazia, quando seus detalhes podem ser observados com mais cuidado. Foi em um desses passeios, por exemplo, que percebi que ainda há trilhos antigos no Pátio do Terço. Eram dos trens ou bondes que circulavam pelo Bairro de São José nos séculos passados.
Ao passarmos pela Avenida Conde da Boa Vista, percebemos que as intervenções contribuíram para melhorar a mobilidade e a acessibilidade. As calçadas estão mais largas, arborizadas e com espaço para o pedestre que, antes, mal conseguia caminhar diante de tantas mercadorias e tabuleiros espalhados no passeio público. O que destoa, no entanto, são os “quiosques” instalados ao longo das laterais da via. Parecem ataúdes!
Eles foram construídos para comportar os ambulantes que antes tomavam conta das calçadas. Os quiosques são totalmente sem graça, todos pintados com tinta preta. Para o #OxeRecife, representam atentado estético tão grande, quanto os que foram instalados no Boulevard da Rio Branco. Será que, para os dois casos, não poderia ter sido imaginado um modelo mais criativo, que desse mais graça às duas vias? Mas já que estão instalados e consolidados, não há um jeitinho de deixá-los mais coloridos?
Cadê os coletivos de arte urbana como o “Pão e Tinta” e o “Aurora de estrelas”? Ou artistas como Manoel Quitério, aquele que saiu colorindo as caixas metálicas das operadoras de telefonia, que só provocavam poluição visual em calçadas, esquinas, praças e ruas. Uma mão de desenho e tinta nos quiosques já deixaria a paisagem da Conde da Boa Vista com outra cara, não acham? Porque aqueles caixotes com a cor do luto, sinceramente, nada têm a ver com o Recife, uma cidade luminosa e tropical, que precisa de alegria e não de equipamentos que lembram aquelas caixas usadas pelo IML para conduzir quem já morreu.
Abaixo, você confere outros atentados estéticos no Recife, assim como a mudança provocada pela arte urbana, pelas tintas.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife