No Recife não sobra mesmo nada. Nem o busto de Frei Caneca no bairro de São José, nem a estátua do Mascate na Avenida Dantas Barreto, nem as placas com informações históricas como a da Ponte Maurício de Nassau. Até 69 das 74 peças que integravam o Parque das Esculturas, no Marco Zero, desapareceram. Entre estas, uma serpente com mais de 20 metros de comprimento. Estranho, não é? Também sumiu na semana passada, um pedaço da Ponte da Boa Vista. E não é só patrimônio histórico que sofre ação de vândalos e quadrilhas não.
Também somem quilômetros de fiação de rede elétrica ou de telecomunicações. Até mesmo do metrô. Foi não foi, os passageiros ficam sem transporte, porque a rede de energia que alimenta o metrô tem fios roubados. Todos esses furtos têm algo em comum: o material metálico utilizado na fabricação, como o ferro e o cobre. Que, pelo valor, são facilmente repassados a receptadores. As peças do Parque das Esculturas de Francisco Brennand – em frente ao Marco Zero – foram vendidas em ferros velhos, derretidas e repassadas ao “mercado”, segundo a Polícia Civil apurou. É mole?…..

Recentemente, conforme o #OxeRecife denunciou, foram levadas as placas da Ponte Maurício de Nassau e também do obelisco da histórica Praça da Restauração, também conhecida como a Praça do Pirulito, que fica no Bairro de São José. Dele, só restou a peça de concreto, como vocês podem observar na foto central. Pois não é que na última caminhada que fiz com o Conselho Regional de Arquitetura – CREA- constatei mais um roubo?
Por incrível que pareça, dessa vez a pilhagem aconteceu entre a Praça Adolpho Cirne (onde fica a Faculdade de Direito do Recife) e o Hospital Geral do Exército, ali na esquina da Rua do Príncipe com a do Hospício. Sabem aquele canteiro que tem em frente ao prédio amarelo em estilo Arte Déco, que era sempre usado em cerimônias militares? Era ali (foto superior) que a bandeira do Brasil era sempre hasteada hasteada. Não é mais.
Como na Praça do Pirulito, onde deixaram apenas o obelisco em concreto, só restou mesmo a base em pedra e cal. O mastro, o ladrão levou. Curioso é isso acontecer na frente de um quartel. O que não chega a ser tão inusitado em Pernambuco. Pois nem os órgãos de segurança escapam da abordagem de criminosos. No mês de setembro, por exemplo, marginais foram flagrados roubando fios dos aparelhos de ar condicionado na parte externa lateral em uma repartição do Estado. Pasmem, a repartição era somente a sede da Secretaria de Defesa Social, a pasta que administra a segurança pública e comanda a Polícia Civil e a Militar no Estado….
Abaixo, você confere outras perdas no patrimônio público do Recife.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife