Cidade anfíbia, o Recife terá parques alagáveis, promete João Campos

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Em entrevista, nessa segunda-feira, na TV Globo, o prefeito do Recife, João Campos (PSB) prometeu implantar parques alagáveis no Recife, como forma de evitar inundações provocadas pelas chuvas.  Como se sabe, a capital pernambucana inunda facilmente não só devido a qualquer chuva, como até mesmo em ocasiões de maré alta, consequência da ocupação urbana desordenada e do excesso de concreto onde antes havia rios e riachos.

O Recife, como se sabe, está entre as 16 cidades mais vulneráveis do mundo às mudanças climáticas. Os parques alagáveis ainda são novidade no Recife, e o Prefeito espera construí-los, em caso de reeleição. Mas já são bastante utilizados em países como a China, nos Estados Unidos e até mesmo em alguns da Europa, como é o caso da Dinamarca. Na capital, o primeiro seria implantado às margens do Rio Tejipió, uma das áreas mais castigadas da cidade a qualquer chuva. Os parques alagáveis funcionam como alternativa aos piscinões e sistemas tradicionais de barragens.

E têm uma diferença em relação a esses dois sistemas: pois são parques mesmo, só que construídos abaixo do nível do solo. Assim, quando não estão inundados – em tempos de verão, por exemplo – eles funcionam como área convencional de lazer e de convívio da população.  Toda a água que eles recebem é carreada para aquíferos ou sistemas de drenagem. A água é liberada de forma gradativa e, assim, o sistema ganha tempo para escoar sem sobrecarregar.

No Brasil, o estado onde há mais parques alagáveis construídos é a Bahia. Ao todo são cinco parques: Sítio das Palmeiras, Rosa dos Ventos, Alameda dos Ingazeiros, Parque da Mata, e o das Águas. Juntos, chegam a reter 1 bilhão e meio de litros de água. Eles ficam na capital soteropolitana e no município Lauro de Freitas, localizado na Região Metropolitana de Salvador. Em Curitiba funciona o conceito “cidade esponja”, que vem a ser uma iniciativa mais ampla do que o parque alagável, e já largamente disseminadas no exterior, incluindo a China, país do pai da ideia, o arquiteto Kongjian You. Jihua e Xangai são duas cidades que aderiram ao conceito de cidade esponja.

As cidades esponja são concebidas para a absorção e retenção de águas de chuvas torrenciais. A China estabeleceu que até 2030, o sistema já possa absorver e reutilizar 70 das águas das chuvas. Mas a implantação exige, ainda, arborização e construção de sistema viário com altura suficiente para que a mobilidade das cidades não seja prejudicada (modelo já em uso em Jihua). No Recife, infelizmente, a situação está cada vez mais inviável. Uma chuva de 20 minutos já é suficiente para que a cidade fique intransitável. E qualquer maré superior a dois metros já deixa até mesmo as ruas centrais inundadas, como a Rua da Aurora. O caso do Rio Tejipió tem atraído inclusive especialistas estrangeiros, principalmente da Holanda. Mas até agora, cada chuva viram um Deus nos acuda para as populações do bairro.

Embora a revitalização centro da cidade seja um dos principais dificuldades do Prefeito João Campos e onde mais sua gestão deixa a desejar, o assunto não foi abordado pelos entrevistadores na TV Globo. Mas dominou os debates, hoje, promovidos pela Fecomércio. Dani Portela (PSOL) lembrou que o centro possui 43 mil imóveis abandonados, “muitos deles com valores em dívidas maiores que o preço de vendas”. Propôs que a lei seja cumprida, para que os imóveis sejam desapropriados e virem moradias de interesse social. Já Gilson Machado (PL) quer isenção de impostos para estacionamentos. João Campos e Daniel Coelho (PSD) estão sendo ouvidos agora à tarde.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Acervo #OxeRecife

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One comment

  1. Esperamos que ele – se eleito – ponha esta ideia em prática, que ela não fique apenas na entrevista concedida às vésperas das eleições. Foram transcorridos 4 anos de governo sem nada efetivamente ter sido feito para prevenir desabamentos provenientes de enchurradas. Por sorte este ano as chuvas foram bem distribuídas, não caíram a ponto de provocarem grandes alagamentos como em anos anteriores.

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