Na ProWine SP 2024: Exemplo de reaproveitamento de vidros descartados

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Está difícil. Pelo menos aqui, na nossa capital pernambucana As casas de recepções, bares, restaurantes, condomínios, insistem em descartar garrafas e outros produtos de vidro onde não devem: no lixo comum. E depois que as cooperativas de reciclagem decidiram não receber mais esse tipo de material, ficou complicado e, em breve, não só as garrafas PET estarão poluindo lagoas, rios e mares. Atualmente, no Recife, só os chamados “ecopontos” da Prefeitura recebem descartes em vidro. Também há alguns poucos supermercados que recolhem materiais recicláveis, inclusive vidro. Mas nas ruas,  nem os carroceiros que recolhem materiais querem  mais receber esse material,  nem mesmo se doado. “Pesa muito e vale pouco”, dizem, ao contrário por exemplo do que acontece com latinhas de cerveja ou de grandes quantidades de papelão.

Mas podemos citar ações dignas de registros em outras cidades. Em São Paulo, por exemplo, ocorreu uma ação que deveria ser seguida por organizadores de todos os grandes eventos, sejam festas ao ar livre, exposições, feiras. É que a ProWine SP 2024, implementou o programa “Glass is Good”, iniciativa de logística reversa focada na reciclagem de todo o vidro utilizado no evento. Ou seja, não sobrou nenhum para poluir a natureza. Em parceria com a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), idealizadora do projeto, foram coletadas 9,13 toneladas de vidro ao longo dos três dias da feira, que é considerada a maior do setor na América Latina.

No Recife, falta de cuidado na praia, garrafas PET, latas e garrafas de vidro, estas ficam mais de 4 mil anos na natureza

“A reciclagem desse material não só poupa energia, mas também reduz a necessidade de extração de matérias-primas, minimiza as emissões de CO2 e previne o acúmulo de resíduos em aterros sanitários, onde permaneceriam indefinidamente”, informa a ProWine que, em 2024, instalou uma máquina de trituração de vidro no local, que operava ao final de cada dia, garantindo a destruição imediata das garrafas.

Se formos para a ponta do lápis, os resultados  da reciclagem de garrafas na ProWine 2024 computados pela iniciativa são bem significativos: economia de 4.382,40 kWh de energia, emissão evitada de 4.838,90 kg de CO2, redução em 10.956,00 kg de extração de matérias-primas. Além disso, a ação impactou positivamente a vida de 50 cooperados e suas famílias, reforçando o impacto social e ambiental da maior feira de vinhos e destilados das Américas. O Recife deveria seguir este exemplo, exigindo que todas as festas fizessem esse tipo de ação. E a própria Prefeitura deveria dar o exemplo, em grandes eventos por ela patrocinados, como carnaval e Réveillon.

A logística reversa foi comemorada pelos organizadores da ProWine 2024. É que além dos ganhos ambientais, a ação evita, também, a falsificação de produtos.  “A reciclagem de garrafas de bebidas alcoólicas tem muitos propósitos. Não apenas impulsionam o progresso ambiental e social do setor da reciclagem, mas, também, fortalecem a economia e operam diretamente no combate ao mercado ilegal de bebidas alcoólicas”, diz a presidente-executiva da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), Cristiane Foja. Vejam só a importância de iniciativas de reciclagem do vidro: segundo especialistas, uma simples garrafa pode demorar de 4 mil a 1 milhão de anos para se degradar. Ou seja, vão se acumular durante décadas, séculos, milênios na natureza.

“O vidro gerado na feira é uma ótima oportunidade de geração de renda para as cooperativas, de conscientização de consumidores sobre a importância do Glass is Good, e de educação sobre o descarte correto das garrafas de vidro pós-consumo para, inclusive, ajudar a manter a segurança de toda a sociedade, combatendo o mercado ilegal de bebidas alcoólicas”, complementa. “Estamos profundamente comprometidos em ir além de um evento de negócios. O programa ‘Glass is Good’ é um exemplo claro de como podemos promover mudanças reais e sustentáveis na cadeia produtiva do vidro”, enfatiza Malu Sevieri, Diretora da ProWine São Paulo.

“Reciclar as garrafas (e taças quebradas) usadas na feira não só reduz o impacto ambiental, mas também gera renda para comunidades de catadores, criando um ciclo virtuoso que beneficia a todos. Nosso objetivo é continuar fortalecendo essa cultura de responsabilidade socioambiental, porque acreditamos que o futuro do setor também depende das ações que tomamos hoje”, complementa Malu.  De parabéns, portanto a Abrape e a ProWine São Paulo. Vamos torcer para que esse modelo se propague entre os grandes eventos realizados em todo o país, inclusive Pernambuco e o Recife. E que ações desse tipo, após grandes festas, exposições, feiras, sejam sempre realizados por força de lei, não só por boa vontade e disposição dos seus atuais realizadores.

Segundo ela, ver os números alcançados em 2024, reforça a crença de que é possível conciliar grandes eventos com práticas sustentáveis. “A parceria com a Abrabe e a inclusão de novas tecnologias, como a trituração imediata das garrafas, mostram que a feira está no caminho certo para criar um legado positivo. Seguiremos trabalhando para que, a cada edição, esses impactos sejam ainda maiores, inspirando outros setores a adotarem soluções responsáveis e inovadoras”, finaliza Malu. A ProWine São Paulo é um spin-off da ProWein de Düsseldorf, na Alemanha. Desde sua estreia, em 2019, tem proporcionado vem reunindo os principais players da indústria durante três dias para geração de negócios, lançamentos, networking e compartilhamento de conhecimentos. O evento é uma realização conjunta da Emme Brasil, Inner Group e Messe Düsseldorf. Em 2025, acontecerá de 30 de setembro a 2 de outubro, no Expo Center Norte. Vamos exigir ações tipo “Glass is good” em todas as festas, casas de recepções e feiras no Recife, para evitar cenas como as que vimos aí, na foto central?

Nos links abaixo, você confere mais iniciativas ecologicamente corretas, quando o assunto é recolhimento de materiais recicláveis

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação e Letícia Lins / Acervo #OxeRecife

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