Não aconteceu. A grande pergunta do eleitorado pernambucano é sobre o palanque da candidata do PSDB à sucessão estadual, Rachel Lyra. Será que ficará neutra ou apoiará o Presidente Jair Bolsonaro? Essa indagação ouvi várias vezes, hoje, nos locais onde parei, durante minha caminhada matinal. A vice de Raquel, Priscila Krause, já disse que não votará em Lula, o que não é surpresa. E Raquel, como fica? O recomeço do Guia Eleitoral só fez aumentar as dúvidas. E a pergunta era só o que se ouvia hoje.
Enquanto Marília Arraes (Solidariedade) evocou várias vezes o apoio a Lula e as parcerias futuras – “Você, Lula e eu vamos ficar juntos”- o horário eleitoral de Raquel não fez nenhuma referência a nomes nem à campanha presidencial. E usou imagens de arquivo, já que a candidata ainda está cumprindo o luto pelo marido, o empresário Fernando Lucena, que teve um mal súbito e morreu no dia da eleição. Raquel solicitou ao TRE que o início do horário eleitoral gratuito fosse adiado para segunda-feira, após a missa de sétimo dia do marido. Mas Marília foi contra a proposta, e a Justiça Eleitoral liberou as transmissões para essa sexta-feira.
No entanto, ao final do seu programa, Marília fez declarações de “solidariedade” à adversária, desejando “conforto ao seu coração e à sua família nesse momento tão difícil”. Aguardado com expectativa pelos pernambucanos, o Guia Eleitoral de Raquel prestou uma homenagem a Fernando, seu companheiro há mais de 20 anos e um dos coordenadores de sua campanha eleitoral. “Fernando sempre esteve ao meu lado em todos os passos que dei na vida”. Logo em seguida, uma apresentadora desmonta a “solidariedade” mostrada por Marília, informando que enquanto Raquel vivia sua dor, os adversários espalhavam mentiras e fakenews. “Não compartilhem, a campanha não vai entrar nesse jogo sujo”.

Não é fácil a situação de Raquel, quanto ao palanque e a sucessão presidencial. Primeiro, porque Bolsonaro teve o pior desempenho eleitoral no Nordeste e ainda por cima, tripudiou sobre o seu povo, dizendo que Lula venceu a eleição na região devido à população de “analfabetos”. Segundo, porque os candidatos ligados a Bolsonaro estão convergindo para o palanque de Raquel. E terceiro, porque Priscila Krause já deu entrevista dizendo que não vota em Lula. Será que Raquel vai ficar neutra? É uma decisão complicada, ainda mais em uma eleição que parece ser tão disputada quanto a de Pernambuco.
Hoje começou a circular nas redes sociais um vídeo em que Raquel diz “não sou contra Bolsonaro, sou a favor de Pernambuco”. Mas a assessoria da tucana informou que a disseminação do vídeo é “uma maldade sem tamanho”, porque teria sido editada “totalmente fora do contexto”. Na sexta, choveram apoios a Raquel, com “procissão” de prefeitos, vereadores e lideranças da Região Metropolitana e do interior. Até às 16h, lideranças políticas de doze municípios prestaram apoio a Raquel. Já Marília ganhou apoio expressivo dos ex-correligionários. Ou seja, dos políticos do PT, que a boicotaram na sua pretensão de disputar o governo de Pernambuco, o que a levou a trocar de legenda, indo para o Solidariedade.
Já o horário eleitoral da campanha presidencial, o PT tentou desmontar o discurso de Bolsonaro: “o povo cansou e quer mudar”. Mostrou que em 26 anos como deputado, Bozó só aprovou dois projetos de sua autoria. Lula afirmou que quer “debater o Brasil enquanto meus adversários divulgam fakenews”. Bolsonaro usou o número de aliados eleitos, para afirmar que isso é uma prova de que povo está do seu lado. “A eleição (de aliados) para a Câmara e o Senado mostra que estamos no caminho certo de paz e de progresso”. Até parece…..
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Reprodução da TV