Sem Eduardo Campos nem Miguel Arraes, eleição tem estratégia do “morto carregando o vivo”

Compartilhe nas redes sociais…

A casa ampla onde funciona o comitê  eleitoral do candidato à reeleição para deputado federal, Tadeu Alencar (PSB), já tinha me chamado a atenção, em minhas diárias caminhadas matinais, diante de uma ação criativa, engraçada e … política, claro. É que três painéis com caricaturas dos ex-governadores Miguel Arraes (1916-2005) e Eduardo Campos (1965-2014), e do escritor Ariano Suassuna (1927-2014) decoram a varanda que fica  no primeiro andar do imóvel,  na Praça de Casa Forte, no bairro do mesmo nome, Zona Norte do Recife.

Em uma janela, um pouco distante, aparece outro bonecão, em tamanho natural como os três primeiros. É Danilo Cabral, candidato oficial à sucessão estadual em Pernambuco, que está patinando nas pesquisas de intenções de voto. Sem lideranças tão expressivas como no passado – quanto Arraes e Campos – e com o eleitorado dando a impressão de que cansou de tantas gestões sucessivas do PSB, o candidato proporcional tenta, portanto, se ancorar nas lembranças das maiores lideranças políticas que Pernambuco já teve. O próprio Danilo, em quase todas as entrevistas, enumera os seus feitos, quando atuou no primeiro escalão de Campos.

Os bonecos, em tamanho natural, chamam a atenção de quem passa na Praça, como é o meu caso. E também já ouvi comentários bem humorados sobre o quarteto. Pois além dos quatro, em uma janela, há também uma de Tadeu e outra de Danilo. Tanto Ariano quanto Eduardo e Arraes possuíam ligação estreita com o bairro e com a praça, em particular. “A Praça de Casa Forte tem uma simbologia muito grande para o nosso Estado. Seja por sua importância estética e urbanística – é a primeira praça projetada por Burle Marx em Pernambuco – seja por ser cenário de embates históricos. Ariano, Eduardo e Arraes sempre estavam presentes”, justifica Tadeu Alencar.

Ele também é morador do bairro desde os anos 1980. “A ‘presença’ dos três como ‘anfitriões’ da Casa 4020 é mais que uma homenagem, é um preito de gratidão e reconhecimento à história dessas personalidades fundamentais do PSB e da própria Democracia brasileira. Tenho Ariano como mestre, sou do time de Eduardo e da escola de Arraes”, pontua o parlamentar socialista. Para quem conhece melhor a história política do estado, no entanto, a impressão que se tem é que já se viu esse filme antes, em eleições anteriores, quando Campos e Arraes já haviam se encantado e partido para um outro plano, porém o  PSB apelava para o emocional dos eleitores, em estratégia que bem lembra o personagem fantástico do Bumba-Meu-Boi, aquele que chamam  de “O Morto carregando o vivo”. No caso de Tadeu, os mortos carregando o vivo. O problema é que, entre os vivos do PSB, não há nenhum com peso nem brilho de Arraes, Campos e Ariano. E aí…  fazer o quê?

Nos links abaixo, você confere informações sobre política e fatos históricos, lutas democráticas em Pernambuco.

Leia também
Humberto Costa coordena campanha de Lula no estado
Lula: Voltando porque tudo que a gente fez foi destruído
Lula faz alerta contra fake news
Lula passa dois dias em Pernambuco
Lula passa dois dias em Pernambuco
Cícero Belmar: Lula e os baobás eternos
Lula chega ao Nordeste, encontra políticos no Recife e amanhã vai ao MST
Lula aos 74, com “tesão de 20 para lutar contra a canalhada no Brasil”
Festival Lula Livre vira carnaval
Festival Lula Livre já começou
Ditadura e tortura pertencem ao passado. Estado de direito sempre.Viva a democracia
Carta em defesa da democracia será  lida na Faculdade de Direito,UFPE e Rua da Aurora
O mito começa a derreter?
Eleições: Não é difícil prever o que vem por aí
Notícia falsa sobre descobrimento é retirada do ar
Velório: Índios prestam comovente homenagem
Tragédia na Amazônia: Bruno Pereira e Dom Presentes
Thiago Lucas: Morte e vida Severina e a geografia da fome no Brasil 2022
Historiador Marco Mondaini: As portas do inferno continuarão escancaradas
O Grito dos excluídos e excluídas
Finalmente o que faz Bolsonaro em Pernambuco?
Bolsonaro e a derrota do voto de cabresto
Ministério Público não quer homenagem a militar da ditadura em prédio do Exército
Nazista bom é nazista morto chama atenção em muro do Exército
Ministério Público recomenda que não se comemore o 31 de Março nos quartéis
Live de Bolsonaro vira caso de justiça
Protesto contra o governo Bolsonaro: “Lugar de militar é no quartel”
“Falsa impressão de que arma é a solução”
Cuidado, armas à vista. Perigo!
Trilhas da democracia com o MST
Memória e censura: Quando a  palavra camponês era proibida nas redações
Memória: Período Militar, quando as armas ficaram no altar
Desespero de Bolsonaro é retrato antecipado do candidato derrotado
Entre o messias, a besta fera e as marcas do passado
“A arte de se tornar ignorante”
Trilhas da Democracia discute autoritarismo no Brasil e censura na Ufpe
Trilhas da democracia: Intimidação e mordaça nas universidades
UFPE divulga nota mas não explica autocensura a vídeo sobre pandemia
Manifesto contra censura da Ufpe a vídeo sobre pandemia e negacionismo
Censura a nome de Bolsonaro provoca exoneração de diretor na Ufpe
Memória: Período militar, quando as armas viraram oferendas no altar
Fora Bolsonaro nas ruas e reações antidemocráticas nas redes sociais
Violência policial derruba Secretário de Defesa Social e comandante da PM
Afinal, quem mandou a Polícia Militar disparar balas de borracha?
Violência policial é elogiada por coronel da PM. Vítima protesta
Pernambuco é hoje o grande vexame político nacional
Manifestação contra Bolsonaro. Agressão da PM foi insubordinação?
Dom da Paz pode virar santo. Cepe imprime documentos para o Vaticano
Governadores repudiam negacionismo e invasão a hospital
O pior cartão de natal de minha vida
Filme revive fatos da ditadura de 1964
Livro oportuno sobre a ditadura (que o Presidente eleito diz que nunca existiu)
Lição de história sobre ditadura no Olha! Recife
Ministério Público recomenda que não se comemore 1964 nos quartéis do Exército
A história de 1968 pela fotografia
Cantadores: Bolsonaro é a marca do passado
E agora, Bozó?
Arsenal: Sexta tem Cabaré do Bozó
Coronavírus: vaidade, mesquinharia, doação
Herói, palhaço, lockdown
Cientistas contestam Bolsonaro
Voltar à normalidade como? “Gripezinha”, “resfriadinho” ou genocídio?
Servidor federal é demitido porque fez a coisa certa na proteção ambiental
Ministro manda oceanógrafo trabalhar na caatinga: O Sertão já virou mar?
O Brasil está virando o rei do veneno
Fome, tortura, veneno e maniqueísmo
Agricultura, veneno e genocídio
A fome no Brasil é uma mentira?
A mentira da fome e a realidade no lixão do Sertão que comoveu o Brasil
A história de 1968 pela fotografia
Cantadores: Bolsonaro é a marca do passado
Menino veste azul e menina veste rosa?
“Falsa impressão de que arma é a solução”
Cuidado, armas à vista. Perigo!
Azul e rosa na folia dos laranjais
Circo, Galo, frevo, festa e o carai
Ditadura: a dificuldade dos escritores
Público vai ter acesso a 132 mil documentos deixados pelo Dom da Paz
“Cárcere” mostra o Brasil da ditadura
Pensem, em 1964 já tinha fake news: bacamarteiros viraram guerrilheiros
Cinema dominado e poucas opções: Amores de Chumbo
Mutirão contra a censura de Abrazo
Censura de Abrazo vira caso de justiça
Os levantes dos camponeses e a triste memória da ditadura em Pernambuco

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: PSB / Comitê do Deputado Tadeu Alencar

Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.