Economia circular:”Uma dor que o mercado de eventos enfrenta. O que fazer com o que sobra?”

Voltado mais para os problemas da nossa cidade – o povo, a cultura, patrimônio, a questão ambiental, direitos urbanos, acessibilidade – o #OxeRecife expande suas fronteiras, quando o assunto diz respeito a mudanças climáticas, reflorestamento, poluição de rios, reuso da água e também aproveitamento de materiais que, descartados, iriam poluir a natureza. Mas que são reutilizados de forma criativa, poupando a terra, rios e mares. Em Pernambuco, há vários bons exemplos, mas por cidadania da iniciativa privada do que por incentivo de órgãos oficiais.

Dois bons casos que merecem ser citados no Estado: o Daterra Project  e a  Roda.  O primeiro, aproveita sobras de jeans do Polo de Confecções do Agreste,  criando novas tramas, que são utilizadas na confecção de roupas e calçados por indústrias ecologicamente corretas, a maioria localizada no sul do País. O Daterra Project é uma iniciativa já premiada, que funciona no município de Riacho das Almas, localizado a 131 quilômetros do Recife, que fica na Região Agreste. E que possibilitou uma nova opção de geração renda para mulheres que não tinham renda nenhuma ou que viviam do trabalho no roçado. Já a Roda Moda Circular reaproveita resíduos do Polo Automotivo de Goiana, transformando-os em roupas, bolsas, acessórios e outras peças para moda.  Goiana fica na Região Metropolitana, a 60 quilômetros do Recife. E a Roda já tem até lojinha no Recife. Agora chega de São Paulo notícia da iniciativa da Bueno Arquitetura Cenográfica,  gerando – claro – toneladas de lixo a cada evento.  A empresa opera há 30 anos no mercado e passou a reaproveitar os descartes ao final de cada montagem. O objetivo é que seja aproveitado cem por cento do material que seria jogado ao lixo ao final de cada evento.

Material que seria descartado vira forro para pufes, carpetes e outros objetos; “O que fazer com resíduos que sombram?”Tecidos, plásticos, lona, lycra e outros materiais se transformam em mochilas, bolsas, bancos, forros para poltronas e pufes e outros objetos de uso pessoal ou decorativo. “A cada evento, toneladas de materiais que levam até 400 anos para se decompor são descartados”, informa a Bueno, que decidiu aderir a programas de responsabilidade ambiental e às práticas da ESG ( environmental, social, and govenance /governança social, ambiental e corporativa). Para poupar a natureza, a Bueno  desenvolveu um modelo de negócio com “economia criativa e circular”, segundo informa. A empresa fica em São Caetano do Sul, a apenas quinze quilômetros da capital paulista.

Os  cuidados vão desde a concepção do projeto cenográfico (para diminuir a compra de matéria-prima) até a reciclagem do material de descarte, reaproveitando-os para novos eventos ou então transformando as sobras em novos produtos, entre eles cachepôs para plantas, almofadas e outras peças exclusivas. De acordo com Leila Bueno, sócia-diretora da Bueno, a iniciativa partiu de “uma dor que o mercado de eventos enfrenta”. O que fazer com os resíduos que sobram? “Esses materiais são vendidos e toda verba é revertida para os funcionários da empresa, e em alguns casos são realizadas doações para abrigos de idosos”, explica Leila.  A iniciativa de reaproveitar foi tomando forma, virou o braço social e ambiental da Bueno e agora está na internet com um perfil ativo para comercializar as peças: @pufpufcriativa no Instagram.

Lonas de banners, de faixas e materiais sintéticos são transformados em mochilas. Reaproveitar é a ordem.

Abaixo, você confere outros exemplos interessantes desenvolvidos por pessoas ou empresas, para poupar a natureza do descarte do lixo industrial.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Bueno Arquitetura

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