Com a reeleição do Prefeito João Campos (PSB) à Prefeitura, a população e principalmente o comércio voltam as atenções, mais uma vez, para o centro do Recife, o ponto mais frágil de sua gestão. O Centro da cidade permanece à míngua e a mais nova vítima é a Rua Duque de Caxias que, a exemplo das antes movimentadas Rua da Imperatriz e Nova, começa a dar sinais de exaustão. No último dia 28 de setembro, um sábado, estive na via e constatei nada menos de 17 lojas fechadas. É muita coisa, para uma rua que sempre funcionou como porta de entrada para o chamado comércio do vuco-vuco, o único que ainda viceja em parte de Santo Antônio e principalmente no de São José.
Contemplem a foto acima. Parece um domingo, ñão é?. Mas acreditem, essa fotografia acima foi feita em pleno sábado, dia em que o comércio do centro Recife costumava ser efervescente. E ao contrário do que vocês possam pensar, a via mostrada não é a Rua da Imperatriz nem a Rua Nova, cuja situação já foi várias vezes abordada no #OxeRecife. Localizadas nos bairros da Boa Vista e Santo Antônio, respectivamente, elas se transformaram em símbolos do esvaziamento do centro da cidade. E são só desolação.
Embora a Duque de Caixas fique no bairro de Santo Antônio, ela é considerada como uma das que ficam na chamada área do vuco-vuco, cuja maior parte fica no vizinho bairro de São José, onde ruas como Calçadas, Santa Rita e Livramento são famosas pelo seu comércio popular. A Duque de Caixas transformou-se em cenário de uma das últimas tentativas para dinamizar o centro. Ganhou a ação V.U.C.O (Viver o Urbano Caminhando e Ocupando) , idealizada por várias entidades incluindo a Aries (Agência Recife para Inovação e Estratégia), Universidade Católica, Porto Digital e a própria Prefeitura. A rua foi dotada de equipamentos urbanos. Porém poucos, uns banquinhos aqui e ali. Um portal e um totem em cujo interior há fotos antigas do Recife. Mas ganhou sobretudo uma rota turística, que vai da Praça da Independência ao Pátio de São Pedro.
Para marcar o início da rota, várias ruas da região ganharam identidade visual com as pinturas VUCO. Depois, foi criado um roteiro que sai da Praça da Independência (também chamada de Pracinha do Diário), passando em seguida pela Duque de Caxias, pelo famoso Beco do Veado, pelo charmoso (porém descaracterizado) Pátio do Livramento e que termina no Pátio de São Pedro. Agora pensem bem: o ponto de partida é a antiga sede do Diário de Pernambuco (que está em ruínas,quase caindo). O roteiro segue pela Duque de Caxias, com 17 lojas fechadas e nenhum equipamento urbano que lhe dê aconchego e elegância. No Beco do Veado, o animal pendurado em um imóvel antigo está tomado pela ferrugem. Por fim, o Pátio de São Pedro, que é um logradouro cheio de charme, tombado pelo IPHAN, com vários equipamentos culturais mas que carece de uma programação cultural que o movimente.
Mesmo integrando essa região de comércio popular – o único que resta com movimento no centro da cidade – a Rua Duque de Caixas tem, no momento, 17 lojas com placas de “vende-se” ou “aluga-se”. Tive o cuidado de computar os estabelecimentos nessa triste situação. Embora uma das lojas fechadas anuncie que vai sediar o “primeiro shopping popular do Recife”. A placa indica a inauguração para breve, mas não diz quando. Vamos ver se esse novo shopping vai dar certo. Porque até o o momento, as políticas adotadas para revitalização do centro do Recife não funcionaram. O centro permanece inóspito, transformado em ilha de calor, pouco povoado e cada vez mais deserto. Mesmo em áreas onde até dois anos atrás, ainda sobrava movimento.
Vamos ver agora o que faz o João Campos para mudar a triste realidade do centro do Recife. Está certo que muita coisa está diferente no Recife, inclusive algumas das praças que foram totalmente abandonadas na gestão passada. Dois exemplos: Praça da Independência e Maciel Pinheiro. Estão revitalizadas, mas vivem ocupadas por populações em situação de rua e dependentes químicos. Vamos ver quando o centro do nosso Recife recupera seu charme. Porque até agora o que se vê é mais falação do que ação. Cadê o Recentro, o gabinete criado para cuidar disso?
Nem mesmo as bandinhas escaladas para dinamizar o centro do Recife conseguiram atrair o público para a Rua Duque de Caixas, na ação V.U.C.O. É triste, mas é o que ocorre!
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Texto, fotos e vídeo: Letícia Lins / #OxeRecife
Como não podemos reclamar resta-nos perguntar….Quem são os Culpados e onde residem esses assassinos do Recife e de sua Vida Econômica, Financeira, Social e Existencial ??? Será que é culpa do Cidadão, o Comércio, Indústria e Serviços do Recife fecharem suas portas consequentemente desempregando quase 43% de sua Base Econômica Trabalhadora ??? Temo que vão culpar o Coringa e irão chamar Batman e Robin para salvar o Recife ! Como diria nosso Herói Pernambucano da Pátria, Frei Caneca, e que no próximo ano de 2025 iremos completar 200 anos de sua morte……..
QUE LIBERDADE É ESSA, SE A LÍNGUA É ESCRAVA ?