Costumo dizer, sempre, ao grupo de leitores do #OxeRecife que esse espaço é destinado às coisas da cidade e de sua gente. Porém não podemos ficar indiferentes às questões ambientais, nesses tempos de tantos eventos extremos, em sua maior parte provocados pelas mudanças climáticas. Por esse motivo, sempre denunciamos os crimes contra a natureza, que tanto pode se reportar à poluição de rios ou riachos, quanto ao abate de uma única árvore. Também damos destaque a iniciativas de recomposição da natureza. Talvez, por esse motivo, o #OxeRecife receba tantas informações de iniciativas “verdes” de pessoas físicas, estabelecimentos educacionais, e até grandes corporações de todas as partes do país e até do exterior.
A natureza é um bem universal e é assim que temos que dela tratar. E dar conta do que está sendo feito em defesa da fauna, da flora, de mares e rios. Nesta semana, nos chega informação da Papirus, que anuncia a plantação de 1.700 árvores no município de Limeira (SP).
Entre as espécies utilizadas no plantio estão peroba branca, jenipapo, urucum, pitanga, ingá ferro, figueira branca, jequitibá rosa, e embaúba (aquela árvore que o bicho-preguiça adora, e cujas folhas são sua principal fonte de alimento). A empresa é uma das principais fabricantes de papel cartão do Brasil, e informa que está ampliando em 10 mil metros quadrados a área de mata nativa (12 hectares) que cerca sua fábrica, naquele município, localizado a 142 quilômetros da capital paulista. Fundada por uma família de imigrantes italianos (Ramenzoni), a Papirus nasceu como uma empresa de chapéus, que em 1952 começou a produzir embalagens de papel cartão para acondicionar seus produtos. Mas a partir de 1972, a fabricação de papel passou a representar a totalidade dos negócios. E hoje a produção chega a 110 toneladas ano para atender ao mercado de embalagens, cosméticos, alimentos, medicamentos.
O interessante é que a Papirus é considerada a primeira recicladora de papel cartão no País, já certificada como empresa B. Entre os seus produtos, há aqueles como Vitacarta, que é feito a partir de cem por cento de material reciclado, dos quais 30 por cento são resíduos pós-consumo. Já o Vitacycle é produzido com 40 por cento de fibras recicladas pós-consumo. A empresa não tem florestas próprias para obtenção de matérias primas, porém informa que só usa aquelas com garantia de “sustentabilidade do processo de manejo florestal”. Também costuma fazer auditoria de reciclagem e obter certificações que atesta porcentagem de aparas utilizadas em cada produto.
Localizada às margens do Rio Jaguari, a fábrica está cercada por uma área de preservação que desempenha seu papel equilíbrio do ecossistema local, servindo como refúgio, fonte de alimento e corredor ecológico para diversas espécies de animais silvestres, répteis e anfíbios. Além disso, abriga também um apiário que contribui para a polinização e a manutenção da biodiversidade da região. “A conservação dessa área vai além do benefício à fauna local. Ela também tem uma atuação vital para a proteção do solo e da flora, ajudando no controle do escoamento da água e no aumento da capacidade de recarga do lençol freático”, conta Antônio Pupim, Co-CEO e diretor Industrial e de Supply Chain da Papirus. Pupim lembra que, a Papirus fica próxima ao Rio Jaguari, que se encontra com o Rio Atibaia e, juntos, formam o Rio Piracicaba. “E a empresa está diretamente envolvida na integridade da bacia do PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), cuja água é utilizada para o abastecimento público de diversas cidades”.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Papirus / Divulgação