Único dos seis biomas do país que é exclusivo do Brasil, a Caatinga ardeu, no final de semana no Sertão do São Francisco. É que cerca de 800 hectares de vegetação nativa foram destruídos em um incêndio, no distrito de Pinhais, município de Juazeiro (Bahia), que fica vizinho a Petrolina (Pernambuco). Até o momento não se sabe se o fogo foi provocado por atritos na vegetação seca, ou se espalhou-se após prática de queimada feita por algum agricultor em fazenda ou sítio.
O fogo foi debelado pelo Nono Grupamento Militar do Corpo de Bombeiros, que fica em Juazeiro (BA), a 507 quilômetros de Salvador. Na verdade, foram dois incêndios, que ocorreram entre o domingo e a segunda-feira quando, finalmente, os focos foram debelados. O primeiro incêndio ocorreu em uma região chamada de Lagoa do Boi, enquanto o segundo expandiu-se por outra área, conhecida como Campos, que fica perto da BA-210. O segundo espalhou-se rapidamente por terrenos íngremes e de difícil acesso.
“As altas temperaturas e a baixa umidade do ar são os fatores mais comuns para provocar incêndios, mas também devemos levar em conta que alguns agricultores ainda utilizam a queima de coivara que, dependendo dos ventos, pode levar o fogo a se expandir”, afirmo Comandante do Nono Grupamento, Tadeu Gomes. No Sertão, normalmente a população e até empresas unem forças contra o fogo, inclusive para abrir aceiros que impedem que as chamas se espalhem.
Mas nesse último acidente, além dos bombeiros, quem muito ajudou a debelar o fogo foi a equipe de uma empresa privada, a Agrovale, usina que fica em Juazeiro. A agroindústria mobilizou 18 brigadistas, carros-pipa, máquinas do tipo Patrol, motoniveladoras, retroescavadeiras e abafadores na operação contra o fogo. Foi fornecida ainda água para abastecer as bombas costais dos brigadistas e para os bombeiros, além de ajuda para a abertura de linha molhada para funcionar como contrafogo. Felizmente, o susto passou, e as comunidades rurais da Região estão voltando à normalidade. Resta saber o que sobrou de fauna e flora na área devastada.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação