Festa para Lula vira um mar vermelho no Centro do Recife. Marília e João Campos selam a paz

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“Lula, guerreiro do povo brasileiro” e “olê, olê, olá, Lula, Lulá”. Saudado por bonecos gigantes, orquestras de frevo, batucadas de samba, batuques  do maracatu de baque virado, chocalhos dos caboclos de lança do maracatu de baque solto, Lula foi ovacionado por uma multidão nas ruas do centro do Recife nessa sexta-feira, naquela que foi a mais bonita manifestação da campanha eleitoral 2022 em Pernambuco. Apesar da orientação da campanha para que as pessoas usassem branco, a multidão virou um mar vermelho que inundou o centro da cidade, animada não só por grupos culturais mas também por dez trios elétricos.

Multidão se concentrou no Parque Treze de Maio, Rua do Hospício e Avenida Conde da Boa Vista. Depois, ganhou o centro

A concentração começou cedo, em frente ao Parque Treze de Maio, estendeu-se pela Rua do Hospício, chegando até a Avenida Conde da Boa Vista. Em seguida, deslocou-se para o Pátio do Carmo, na Avenida Dantas Barreto, tradicional ponto de encontro e comícios do PT.  Lula desfilou ao lado de Marília Arraes, candidata do  Solidariedade à sucessão estadual. Ele ganhou sombrinha símbolo do frevo, e foi assediado e abraçado pela multidão. E, mesmo em cima de um carro aberto, curvou-se várias vezes para receber beijos e abraços dos eleitores. No Recife, Lula apoia  Marília Arraes, que fez campanha no primeiro turno atrelando a sua imagem à do ex-Presidente, embora Lula pedisse votos para Danilo Cabral, que foi o candidato do PSB  à sucessão estadual, com o apoio do PT  pernambucano.

Marília era do PSB, rompeu com o partido e filiou-se ao PT, legenda pelo qual disputou a eleição municipal, em 2020, quando chegou ao segundo turno contra o seu primo, João Campos (PSB), hoje Prefeito do Recife. Marília liderava as pesquisas de intenção de voto, mas à véspera do segundo turno foi bombardeada com uma campanha sórdida e misógina comandada pelo primo e terminou perdendo a eleição. Os dois primos romperam e passaram à condição de adversários políticos inconciliáveis. Em 2022, ao ver sua pretensão de disputar outra eleição majoritária preterida pelo seu próprio partido, Marília deixou o PT e foi para o Solidariedade. Entrou na disputa para a sucessão estadual, chegando – mais uma vez – ao segundo turno. O candidato apoiado por Lula, Danilo Cabral obteve a quarta colocação nas urnas. O PT e o PSB – antigos partidos de Marília – já declararam apoio à candidata. E nessa sexta, pela primeira vez ela e João Campos apareceram juntos.

Ponte Duarte Coelho fica cheia de manifestantes em favor de Lula e da democracia: Mar vermelho no centro do Recife.

Ao lado de Lula, claro, que tem o dom de atrair adversários para um mesmo palanque. Marília vai disputar o segundo turno com Raquel Lyra (PSDB), que mantém segredo do seu voto pessoal para presidente.  E que decidiu declarar neutralidade na campanha presidencial. Nem Lula nem Bolsonaro. Raquel, no entanto, vem recebendo apoio de lideranças dos dois lados, para garantir voto de um lado e do outro. Se depender da festa de hoje, no entanto, Marília está eleita. Desfilou com Lula em carro aberto, esteve ao seu lado na entrevista coletiva concedida pelo ex-Presidente, e pousou para fotos com  a imagem fortalecida pelo apoio lideranças do PT e do PSB. Na quinta-feira, o Presidente Jair Bolsonaro esteve em campanha no Recife.

Lula e Marília Arraes se abraçam, após a candidata do Solidariedade selar a paz com o primo João Campos.

Reuniu-se com  lideranças e empresários em um hotel em Boa Viagem. E, depois, subiu em um trio elétrico para falar para eleitores. Porém, discursou por apenas dez minutos para um público minguado e desanimado, o que chamou a atenção dos recifenses, já que Boa Viagem é um reduto do bolsonarismo na Capital. Mas a frase que se dizia, hoje, na caminhada pró-Lula era que “em Pernambuco Bolsonaro não se cria”. A julgar pelo dessa sexta, não se cria mesmo não no estado. A caminhada foi aberta por um cortejo de caboclos de lança do maracatu rural e contou até com a alegoria do Dragão, do Bloco “Eu acho é pouco”, de Olinda, que surgiu como um protesto contra a ditadura que o Brasil viveu a partir de 1964.

No meio da caminhada, bandeiras gigantes como a do Brasil, símbolo da Pátria que foi apropriado e eleitoralmente explorado por Bolsonaro e seus seguidores. Mas na concentração, o apresentador gritava chamando atenção para uma bandeira do Brasil gigante, carregada pela multidão: “A bandeira é do povo brasileiro”.  O #OxeRecife torce para que a democracia prevaleça e que o povo saiba escolher um candidato que respeita as instituições republicanas. Contra o ódio, o golpismo, o negacionismo, o fascismo, o racismo, a homofobia. Por um estado laico e democrático, com respeito aos direitos humanos. Vamos torcer, sim, por um Brasil melhor, que esse fascismo tropical que está aí, ninguém aguenta mais…

Abaixo, você confere mais informações sobre a campanha eleitoral. Mais vídeos no canal do #OxeRecife no YouTube

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos e vídeos: Letícia Lins, Redes Sociais e Divulgação / Solidariedade

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