A cada minuto, 20 toneladas de plásticos são jogados nos oceanos, o que faz desse material um dos maiores vilões da natureza desde o século 20, informam os ambientalistas. Se o problema persistir, é provável que em 2050 os mares tenham mais plásticos do que peixes. E está aí um grande problema ambiental que, com certeza, vai afetar até a segurança alimentar da população mundial. É para contribuir com a reversão dessa catastrófica realidade que o navio Plastic Odyssey vem percorrendo o mundo. A embarcação está agora ancorada no Recife, para ensinar como evitar que essa situação piore. Ensinamentos são passados a jovens, estudantes, cidadãos comuns, ambientalistas e ativistas sociais pelos tripulantes da expedição.
“Nossa ideia é evitar que os plásticos cheguem aos oceanos”, afirma Simon Bernard, CEO do Plastic Odyssey. “Assim, trabalhamos em duas frentes, na reciclagem e na redução do consumo de plástico”, explica. Boas iniciativas, pois se o consumo cai e se o plástico ganha novos usos em terra firme, não vai ser jogado aos rios e terminar escoando para o mar. Felizmente, já há organizações não governamentais, órgãos públicos, e empresas trabalhando para evitar que o problema se agrave. Porém tudo ainda muito longe da necessidade. Em algumas praias da Índia, por exemplo, já não se vê nem mais areia nas praias, só montanhas de plásticos. No Brasil, a gente vê esse material boiando em canais, rios e praias.
O Plastic Odyssey saiu do Porto de Marselha, na França, em outubro do ano passado, para uma expedição de três anos ao redor do mundo. Já passou pelo Mar Mediterrâneo (Líbano, Egito, Tunísia e Marrocos), Oceano Atlântico (Cabo Verde, Senegal e Guiné, Brasil). “Nós não limpamos os oceanos, mas trazemos soluções para evitar o problema da poluição”, diz Simon. O projeto conta com várias atividades de como evitar o descarte incorreto de plástico, assim como aproveitá-lo através de reciclagem, poupando a natureza. A equipe do navio chega inclusive a disponibilizar a planta de uma máquina para reciclagem de plástico.
O material pode ser usado até para fabricar tijolos, acreditam? O navio já ajudou a cem projetos no mundo, repassou conhecimentos a 10.000 jovens, 2 mil dos quais na própria embarcação. A equipe faz intercâmbio de conhecimentos. Não só repassa ações educativas de como evitar poluir o ambiente como mostra tecnologias de aproveitamento do plástico e conhece, também, experiências locais. As boas práticas compõem exposição sobre o assunto. No Recife, entre os dias 4 e 12 de maio, jovens são convidados a visitar o navio, conhecer a tripulação e são conscientizados sobre como construir um mundo mais sustentável. Entre 5 e 15 de maio, será apresentada exposição sobre alternativas ao plástico. E entre 9 e 12 de maio, a equipe da expedição vai oferecer treinamento em técnicas de reciclagem para equipes locais.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação e National Geographic /Acervo #OxeRecife