Domingo para explorar o Recife a pé. Além do Olha! Recife (que é oficial e gratuito), pelo menos dois outros grupos realizaram passeios a pé pela cidade nesse ensolarado 30 de março. Comemorando 15 anos de Caminhadas Domingueiras, o grupo liderado pelo arquiteto, urbanista e consultor Francisco Cunha fez um percurso de seis quilômetros entre a Praça do Marco Zero até o bairro da Madalena.
Já o Grupo Bora Preservar percorreu um outro roteiro, andando pelos bairros do Recife Antigo, Boa Vista, São José e Santo Antônio. O tema de hoje do Bora foi “Arruar pelos poetas do Recife”. Já o Grupo Caminhadas Domingueiras teve por tema o “Recife Moderno”. Na verdade, um passeio que corresponde ao conteúdo do capítulo relativo ao século 20 do livro “Recife, passo a passo – a saga histórica da capital mais antiga do Brasil”, em produção por Francisco Cunha.
O Grupo Caminhadas Domingueiras passou pela Avenida Marquês de Olinda, Ponte Maurício de Nassau, Rua Primeiro de Março, Praça da Independência, Avenida Guararapes, Ponte Duarte Coelho, Avenida Conde da Boa Vista, Praça do Derby, Praça Euclydes da Cunha, Rua do Benfica, Praça João Alfredo e Mercado da Madalena, onde acabou a caminhada.
Em cada parada, uma história. A convivência dos estilos arquitetônicos: o eclético, o neocolonial, o art-déco, o moderno. Foi explicado o surgimento da cidade, das pontes, da Avenida Guararapes, que surgiu durante o Estado Novo. Os estilos que também convivem nessa via. O primeiro prédio moderno do Brasil, que fica no Derby e outras histórias do bairro. Aí, me desliguei do grupo com meu amigo Alexandre Trindade, pois tínhamos um outro compromisso e não pudemos ir até o final.
Já o Bora Preservar, o braço turístico do Grupo Preservar Pernambuco, passou por alguns dos locais por onde andara o Caminhadas Domingueiras, como a Ponte Maurício de Nassau (onde fica a estátua do poeta Joaquim Cardoso) e a Praça da Independência (onde está a de Carlos Pena Filho).
Mas o roteiro do Bora, de olho nos poetas do Recife estendeu-se ainda ao ponto de partida, a Avenida Rio Branco, onde está a estátua de Miró da Muribeca. Os outros locais visitados foram: Cais da Alfândega (Ascenso Ferreira), Praça Dom Vital (Liedo Maranhão), Pátio de São Pedro (Solano Trindade), Praça do Sebo (Mauro Mota), Rua da Aurora (Ariano Suassuna e João Cabral de Melo Neto), Parque Treze de Maio (Alberto Cunha Melo), Praça Maciel Pinheiro (Clarice Lispector)e Rua do Príncipe (Janice Japiassu).
Feliz a cidade, cujos moradores se organizam para explorar os seus encantos, embora – infelizmente – os desencantos sejam também muitos. E a eles voltarei no decorrer dos próximos dias. Pois temi andar sob as marquises de alguns prédios do centro, vi esgoto escorrendo na Rua Primeiro de Março, a sujeira e miséria na Praça da Independência, os “quiosques” que parecem barracos (ou mini favelas) na Rua da Palma, já na esquina com a Guararapes. E as calçadas da Ponte Duarte Coelho, com remendos de cimento, onde antes havia pedras de ganito polido separados por frisos de cobre… Ah, Recife, você precisa de muito carinho, de muito cuidado e de uma sabia revitalização. E o tão falando Recentro, cadê, tem dado em quê?
No vídeo seguinte, by Hans Manteuffel confira trechos do passeio pelo Recife Moderno. E, nos links abaixo, mais informações sobre Caminhadas Domingueiras e Bora Preservar.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Hans Von Manteuffel (Caminhadas Domingueiras) e Denaldo Coelho (Bora Preservar)
Vídeo: Hans Von Manteuffel
Gostei, lindo de muito, OS AMANTES DO RECIFE caminhando e abraçando o Recife tão carente de Amor e Cuidados. Pergunta perfeita……..E O RECENTRO ?
Já mudamos o nome da Autarquia que finge cuidar do Centro do Recife, agora, diante das caras risonhas dos Chefões do Recentro nas Mídias, a partir de hoje vamos chamar de RIRCENTRO ..
ESTÃO RINDO DE QUÊ ???
ROUBARAM O RECIFE DE MIM .