Afogados está sujo e abandonado

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No último sábado, tivemos uma caminhada saindo de Afogados até o Jiquiá, com o Grupo Bora Preservar, em uma tentativa de resgatar a história do bairro, a origem do nome e seu passado, assuntos sobre os quais falaremos em uma outra oportunidade. O que chamou atenção foi a decadência do bairro, pois está totalmente detonado. A desordem urbana é grande, lixo na rua é o que não falta e calçada para se andar sem risco de cair está difícil.

Andando com o grupo, a impressão que tive foi que estava passando por um campo  minado, destruído por uma guerra. E que a ausência do poder público no bairro só não é absoluta porque encontramos alguns garis recolhendo lixo. Mesmo assim,  não para colocar os sacos com detritos em cima do caminhão da coleta, mas sim para acumulá-los em caçamba no meio da rua, bem perto de uma das estações do metrô. O que com certeza, só ia fazer aumentar o mosqueiro que já estava infernal por lá.

Está difícil caminhar nas calçadas de Afogados sem se correr risco. A cena da foto é comum até nas vias principais.

É uma pena que isso esteja acontecendo, pois como nos informou Emanoel Correia, guia do grupo, no passado Afogados tinha cinemas, indústrias, comércio movimentado, e lojas sofisticadas como a Sloper e a Mesbla. E também uma filial da Quatro e Quatrocentos, que nos anos 1950 estava para o Recife como estão hoje as Lojas Americanas.

Sinceramente, o Prefeito João Campos (PSB) precisa fazer uma visita urgente ao bairro que, ao que parece, está totalmente esquecido.  Pois presença do poder público a gente não vê lá em canto nenhum. E o problema não se limita às ruas secundárias, mas até mesmo às principais e de grande movimento, como a Estrada dos Remédios, a São Miguel e a 21 de abril. Foi difícil andar pelas calçadas, sem que não fizéssemos desvios para não atolar o pé em esgotos destampados e estourados, em buracos fundos ou em galerias pluviais sem tampas.

Da ponte na Rua Cosmo Viana, dá para se perceber montanhas de metralhas deixadas à margem do canal.

Em alguns casos, como ocorreu na Rua Cosme Viana (foto superior), tivemos que disputar o espaço com automóveis no asfalto, porque era tanto lixo na calçada, que não tínhamos como passar. A via é a mesma onde funciona o Eros Motel e uma grande concessionária da Chevrolet, que aliás está instalada nos imóveis que restaram da extinta e famosa fábrica de discos Rozemblit, que era a mais poderosa do Nordeste e uma das maiores do Brasil.

A entrada  da antiga gravadora era pela Estrada dos Remédios. A loja, no entanto, usa a Cosme Viana como a principal. As duas vias estão maltratadas, sem calçadas e com quase um esgoto estourado a cada esquina. Na Cosme Viana, de comércio tão movimentado, também é triste observar-se a quantidade de metralhas abandonadas à margem de um canal e que segundo os moradores, estão ali após demolição de casas pelo poder público. Não informaram se o estado ou a Prefeitura. Seja qual for a esfera de poder, já era para esse material ter sido recolhido. Depois… quando aparece canal entupido, a culpa é sempre do povo, que joga lixo onde não deve. O #OxeRecife vai voltar ao assunto Afogados, da próxima vez sobre a rica e nem sempre lembrada história do bairro.

Abaixo, você pode conferir outras informações sobre o Bora Preservar.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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