Cadê a Praia Limpa? Em 20 minutos de coleta, um cestinho cheio de plásticos em Boa Viagem

“Bote o lixo no saquinho….”. O apelo da recente campanha “Praia Limpa”, que se repete a cada verão, tem se mostrado insuficiente para conter a sanha predatória de banhistas e barraqueiros na praia de Boa Viagem. Maravilhosa e tida como uma das melhores praias urbanas do Brasil, infelizmente o cartão postal da Zona Sul do Recife padece do mesmo problema que atinge outras praias de Pernambuco, o excesso de plásticos na água e na areia. Aliás este não é um problema só do nosso litoral. Os plásticos nos oceanos se transformaram em um grande problema no mundo.

Já se disse, inclusive, que a continuar o descarte incorreto nesse ritmo, em 2050 os oceanos terão mais plásticos do que peixes. Ou seja, uma tragédia anunciada. Se cada um fizer a sua parte, a situação melhora.  Mas como a maioria não está nem aí… Um problemão, não é? As campanhas institucionais nos meios de comunicação parecem não terem surtido, ainda, o efeito desejado. No domingo, infelizmente o que mais se via no mar eram pedacinhos de plástico tanto boiando na água, quando jogados na areia, trazidos pelo leva e traz das marés. Uma verdadeira tristeza, e uma grande ameaça para a fauna marinha. Pior, vi banhista recolhendo plástico que passava boiando ao seu lado e jogando de volta no… mar, desde que ficasse longe dele.

Se não abrirmos nossos olhos, Boa Viagem vai terminar como essa praia na Índia, de situação tão trágica!

Depois… as pessoas encenam tristeza, quando aparece uma tartaruga morta na praia. E se isso acontece com tanta frequência como está acontecendo, é claro que nós, humanos, temos uma boa parcela de culpa. Até porque maior parte está entalada com plásticos transparentes, que elas confundem com organismos marinhos que integram a sua dieta. Como as águas-vivas, por exemplo. Ou seja,  o cidadão que pegou o saco e voltou a jogá-lo no mar, não tem consciência do coletivo, porque se tivesse, teria apanhado o detrito e colocado no local  correto de descarte.

Estão vendo o cestinho aí na foto comigo? Junto da barraca onde fiquei no domingo, em apenas 20 minutos, coletei isso tudo que vocês observam: sacos, embalagens de doces, de salgadinhos, pedaços de bolas de aniversário, garfinhos, colheres e … canudinhos. Ou seja, os tais, biodegradáveis que, segundo a propaganda, vêm sendo distribuídos, ninguém sabe ninguém viu. E…. priu. 

É preciso  muita educação, mas muita educação ambiental mesmo, inclusive nas praias. Porque ao invés de só se distribuir saquinhos para botar o lixo, não se esclarece o público sobre o desastre que o acúmulo de plásticos e outros materiais não biodegradáveis provocam nos rios e oceanos? Que os órgãos públicos criem barreiras para evitar que as montanhas de plásticos que descem pelos rios possam poluir com tanta gravidade o nosso mar.

Nos links abaixo, você se informa mais sobre tartarugas, sobre a presença de plásticos nos mares e também sobre iniciativas para poupar os oceanos. E na terça, os números da Emlurb sob a quantidade de lixo coletado na Orla.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos:  Maria Campos e National Geographic (Acervo #OxeRecife)

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