Teatro: “O Estopim Dourado”, inspirado em “João Sem Terra” de Hermilo

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Vejam a coincidência. O Teatro Hermilo Borba Filho recebe o espetáculo “O Estopim Dourado”, que é inspirado no texto “João Sem Terra”, do  próprio Hermilo. A peça estreia na quinta-feira (9/5), às 20h. Volta a ser encenada na sexta (10/5), no mesmo horário. E também sábado (11) e domingo (12), às 20h. Tudo com entrada gratuita e livre, para público a partir de doze anos. O teatro fica no Cais do Apolo, 142. Mas se você for de carro, pode estacionar na Rua do Apolo, como se fosse ao Teatro Apolo, onde tem um corredor estreito que dá acesso ao primeiro.

A obra teatral é resultado do projeto “Terra Corpo Feminino”, que é vencedor do Edital Prêmio de Pesquisa “O Aprendiz em Cena/2023”, e foi criada a partir de uma visão crítica e feminina daquele texto do saudoso Hermilo (1917-1976). O espetáculo faz uma releitura de um texto escrito por um homem sobre um outro homem e suas terras, a partir do ponto de vista de três mulheres. “O Estopim Dourado” traz ao palco as vivências femininas, embasados nos textos de uma mulher indígena e em relação com seres em cena, que contam as histórias desses corpos com a terra.

Gardenia Fontes, Anny Rafaella e Taína Veríssimo são as idealizadoras de “O Estopim Dourado”

A obra teatral é resultado do projeto “Terra Corpo Feminino”, que é vencedor do Edital Prêmio de Pesquisa “O Aprendiz em Cena/2023”, e foi criada a partir de uma visão crítica e feminina daquele texto de Hermilo Borba Filho (1917-1976). O espetáculo faz uma releitura de um texto escrito por um homem sobre um outro homem e suas terras, a partir do ponto de vista de três mulheres. “O Estopim Dourado” traz ao palco as vivências femininas, embasadas nos textos de uma mulher indígena e em relação com seres em cena, que contam as histórias desses corpos com a terra.

A direção, pesquisa, encenação e concepção  são de Anny Rafaella Ferli, Gardênia Fontes e Taína Veríssimo (foto central). Mas o elenco conta, ainda, com Maria Oliveira e Lucas Oliveira, que atuam ao lado das três primeiras.  A peça coloca em diálogo diversos estilos teatrais, relacionando o uso de máscaras, mamulengo, movimentos corporais e música ao vivo.  Também se fundamenta no estudo dos Cadernos Selvagem de Sandra Benites (Guarani Nhandeva) sobre o conceito de Corpo-território. O texto “João Sem Terra” é ambientado em um espaço rural, revelando conflitos familiares. E traz à tona temas atuais como o uso da terra,  a preservação ambiental, a valorização da natureza, a industrialização, o assédio, entre outros.

Nesse contexto, Hermilo traz o personagem de João, que deixa explícito, em diversos momentos, o valor que ele dá a seu pedaço de terra, impedindo que ela seja mexida, cultivada, cavada, etc., preocupando-se com as dores que ela sentiria. “A partir dos ensinamentos de Sandra Benites (Guarani Nhandewa), e a narrativa indígena sobre Nhandesy, figura feminina associada à própria terra, é possível trazer para cena um outro entendimento sobre como as mulheres e a terra podem ser vistas”, dizem  Anny Rafaella Ferli, Gardênia Fontes e Taína Veríssimo, que usam mamulengos na encenação, já que o escritor sempre cultuou esse teatro popular.

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SERVIÇO
O Estopim Dourado
Onde:
Teatro Hermilo Borba Filho (Cais do Apolo, 142)
Quando: 9, 10, 11 e 12 de maio de 2024
Hora: 20h (quinta e sexta-feira) 19h (sábado e domingo)
Quanto: Entrada gratuita
12 anos
Sinopse: Um acontecimento levanta questionamentos e críticas entre as mulheres de uma região que conviviam com um homem apegado à sua terra intocada, mas que mantinha uma conduta questionável com as mulheres de seu convívio. Três atrizes em cena conectam territórios individuais ao inconsciente coletivo de mulheres, provocando questões sociais e subjetivas que envolvem o universo feminino.

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Débora Oliveira / Divulgação

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