Parem de derrubar árvores (426).Em obras, Praça do Monteiro perde três de uma só vez

Há coisas que não há como entender. Principalmente nesses tempos de mudanças climáticas e de aquecimento global. E diante do fato do Recife já se encontrar desde a gestão passada em situação de emergência climática. Por esse motivo, fico muito intrigada quando árvores adultas e sadias são sacrificadas, sem o menor pudor, na realização de obras públicas. Já aconteceu no Parque das Graças, na construção de creche na Estrada do Arraial, em Casa Amarela. A mesma prática foi observada na implantação do Parque Jardim do Poço, no Poço da Panela, conforme mostrado aqui no #OxeRecife. O exemplo mas recente está na Praça do Monteiro, no bairro do mesmo nome, na Zona Norte do Recife.

Ali, bem pertinho do canteiro de obras da Ponte Jaime Gusmão – que ligará o Monteiro à Iputinga – em frente à Escola de Referência Silva Jardim, havia uma praça muito arborizada, que está atualmente em obras, cercada de tapumes, para que seja revitalizada. É verdade que a gestão João Campos (PSB) dá tratamento melhor ao verde da cidade do que o seu antecessor, Geraldo Júlio (PSB), que deixou à míngua as praças do Recife e que teve gestão marcada por tantas erradicações de árvores.  Os cortes eram tão excessivos, que terminaram por render a ele o apelido Geraldo Mãos de Tesoura nas redes sociais. Foi na gestão dele, que demos início, aqui nesse espaço, à série #paremdederrubarárvores.

População reclama que o poder público é ágil para derrubar árvores, mas não para conter despejo de esgoto

No caso de Campos, alguns espaços entre gelos baianos estão virando jardins. Também já observei caminhões do tipo pipa regando os canteiros centrais da Avenida Conde da Boa Vista, prática não observada durante a era GJ, quando a Emlurb chegou a justificar a omissão como “medida de economia”. Mas isso não significa que os arboricídios deixem de ser denunciados. Pois o desconforto térmico aumenta a cada árvore retirada. Acreditem, três árvores adultas – um jambeiro e duas acácias – foram sacrificadas na “reforma” da praça. Segundo o morador Manoel Agripino, as árvores estavam sem problema nenhum. “Desde que cortaram, o calor aumentou muito. O Jambeiro dava frutos. Os três, juntos, nos acalentavam com suas sombras”, disse. “Também mataram uma cajazeira aqui do lado”, afirmou, mostrando o local vizinho à Praça. “Agora esse esgoto podre que escorre aqui na frente ninguém conserta”, reclama. Ao lado do despejo irregular e fétido, o pó de serra que restou do arboricídio, na parte externa dos tapumes.

O #OxeRecife tem entre uma de suas missões defender a natureza (em geral) e o verde do Recife. Inclusive com as séries #paremdederrubarárvores e #recifemergênciaclimática. Na primeira são documentados os arboricídios, a ação da motosserra insana. Tudo com foto, data do registro e local. Na segunda, é feito o registro de ruas e avenidas desprovidas de verde. No caso da Praça do Monteiro, a acácia ficou fora dos tapumes, e já houve o destocamento do seu tronco. Mas segundo os moradores, as duas outras também foram sacrificadas. Como a área estava cercada, não podemos documentar a ação da motosserra insana em relação às duas outras. Sinceramente, não sei porque a revitalização de uma praça implica em derrubar três árvores, quando deveria ocorrer justamente o contrário.

Nos links abaixo, você confere outros arboricídios em massa no Recife, tanto praticados por órgãos públicos quanto por particulares. Meu Deus….

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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