Localizada no bairro da Boa Vista, a Loja Zarina vem se transformando em referência no mundo fashion e black. É ali que também acontecem cursos voltados para a moda preta, com inspiração no que vem da África, com foco na ancestralidade, nas estampas, nas texturas. Pelo menos, é assim na 3ª edição do Curso Moda Preta Autoral – Conexão Ancestral, que vem sendo realizado, durante todo o mês de junho, para jovens de áreas periféricas da capital pernambucana. O curso é gratuito.
E o ponto alto das aulas, oferecida de forma pioneira no Nordeste, é o uso de tecidos africanos, conhecidos por suas cores vibrantes e padrões únicos, que são produzidos como matéria-prima essencial. Os tecidos vão além de um toque estético diferenciado. Eles carregam consigo uma carga histórica e cultural profunda, refletindo as tradições dos diversos povos africanos que os produzem, informa Rodrigo Zarina, um dos oficineiros do projeto. Ele explica:
“Cada tipo de tecido africano possui uma composição e técnicas que refletem a história e identidade das comunidades. E, poder ter ido à África, conhecer de perto essa identidade cultural, que está por trás das cores vibrantes, padrões e significados culturais, plantou, em mim, o sonho de trazer essa formação para jovens recifenses”.
As aulas acontecem das 9h às 18h, sempre aos sábados do mês de junho. Os participantes aprendem desde os fundamentos do corte e costura até as técnicas avançadas de confecção, sempre com um enfoque prático e contextualizado. Ao todo, são 30 horas-aulas. Explica, Jéssica Zarina, idealizadora do projeto.
“Em meio a uma era de moda rápida e consumo desenfreado, essas práticas tradicionais oferecem um modelo de autenticidade. Queremos poder projetar uma cidade que, em cada ponto e costura, a moda autoral no Recife seja uma ferramenta de transformação social, construção de identidade e de desenvolvimento e inovação”, explica a produtora cultural e idealizadora do projeto.
Ao 3ª edição do Curso Moda Preta Autoral – Conexão Ancestral, é realizada com incentivo da Secretaria de Cultura, Fundarpe, Governo de Pernambuco, por meio edital de Fomento de Formação Cultural e Direitos Humanos, da Lei Paulo Gustavo. Ao final, os inscritos vão realizar um desfile de moda, gratuito, para apresentar à comunidade local os produtos confeccionados durante as aulas.
Leia também
Curso de moda preta autoral com foco na ancestralidade oferta vagas
Moda Preta autoral em conexão astral realiza desfile afro com modelos da periferia
Moda Preto Soul: Viva à negritude!
Eduardo Ferreira lança Coleção Alafia na abertura do Muafro
Erê Mukunã: a beleza da negritude
Museu da Abolição: acervo material africano ganha catálogo inédito
“A África que persiste em nós”
Oná Dúdu faz percurso para vivenciar os caminhos de nossa raiz afro: herança e sofrimento
Lugares de memória da escravidão e da cultura negra em Pernambuco em livro
Mês da Consciência Negra: Começa a Semana Afro Daruê Malungo
Companhia de Dança Daruê Malungo leva Agbara Obinrin ao Recife e Olinda
Terça Negra tem edição especial com cultura afro e manguebeat
Contra as práticas de branqueamento
Lia, a Rainha da Ciranda será homenageada em duas escolas de samba, em SP e RJ
Semana da Consciência Negra: Daruê Malungo movimenta o Recife e Olinda
Mês da Consciência Negra: desfile, palestras, igualdade racial
Ervas sagradas ganham sementeiras
Bahia tem ritual de paz e respeito à liberdade religiosa
Baobás de Pernambuco são sacralizados na Bahia
Trio expert em baobá, a árvore da vida
A árvore do esquecimento
Cortejo religioso em Salvador
Pipoca é alimento sagrado?
Ojás contra o racismo religioso
Navio alemão acusado de racismo
Navio Negreiro no Barreto Júnior
A simbiose entre a Igreja Católica e os terreiros
Pai Ivo de Xambá vira Doutor Honoris Causa
A sabedoria ancestral da Griô Vó Cici
A herança afro na música brasileira
Sítio Trindade tem gastronomia afro
Festa para São João e Xangô
Católica bota Xangô na ordem do dia
Qual o mal que lhe fez Yemanjá?
Michele Collins entre a mobilização e a pressão dos terreiros
Preconceito religioso tem reparação
Inaldete Pinheiro ganha homenagem
Uana Mahim: Sou preta, negra e fera
Dia da Consciência Negra: Dicas de leitura
De Yaá a Penélope africana
Nação Xambá, 88 anos de residência
Resgate histórico: Primeiro deputado negro do país era pernambucano
Na Várzea, jaqueira lembra escravizados e vira memória de história de amor
Árvore do esquecimento é lembrada
História da Cruz do Patrão
Casa duplamente histórica no Poço da Panela
Não perca a viagem ao passado com Debret
Turismo com consciência negra
O grito dos excluídos por independência verdadeira no século 19 e a esquecida Maria Felipa
Joana, a única mestra de Maracatu
Nego Henrique oferta oficina de percussão
Dia da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha
Expô sobre terreiros termina na terça
Alexandre: Juremeiro e mestre
Jurema sagrada vira exposição
Depois de arrebatar 75 prêmios, Cor Púrpura faz temporada no Teatro do Parque
Em pernambuco, negros e pardos são as maiores vítimas da violência
Conceição das Crioulas no Poço das Artes
Cozinhando história: Saberes, mitos e orixás na culinária afro-brasileira
História de Burkina-Faso com François
Dança para Iansã em Santo Amaro
Serviço
O quê: Curso de moda preta (Jovens do Recife criam moda autoral com tecidos africanos)
Onde: Loja Zarina, que fica na Avenida Manoel Borba, bairro da Boa Vista, no Recife
Quando: Sempre aos sábados do mês de junho
Horário: 9h às 18h
Mais informações: www.instagram.com/modapretaautoral
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Jéssica Zarina / Divulgação