Debate entre os presidenciáveis não pode ser conversa de botequim nem de porta de cadeia

Invertendo o verso do inesquecível poeta Fernando Pessoa (1988-1935), nada vale a pena se a alma é pequena. Por esse motivo, só assisti ao primeiro bloco do debate da TV Globo entre os presidenciáveis, na noite da sexta-feira. Esperava – utopia, claro –  que, pelo menos no último enfrentamento, houvesse uma discussão sobre o destino da Nação, as propostas  possíveis de cada lado. Ou seja, aquelas que podem virar realidade para os mais de 214 milhões de brasileiros, principalmente aqueles espoliados pela fome, pela miséria, pela exclusão.

Porém, não foi isso que se viu. O Presidente Jair Bolsonaro só fez baixar o nível. Mais uma vez, mostrou o quanto é tacanho e limitado. Pior, despreparado.  Uma alma tão pequena, que não vale a pena perder tempo ouvindo o que ele tem a dizer. Também levou o que seria um encontro civilizado, para o nível de um botequim de última categoria, ou de porta de presídio. “Você é um  ladrão, Lula”, era quase só o que ele sabia dizer. Aliás, é só a tática que ele sabe usar. Atacar, seja o adversário político, as instituições democráticas, os ministros do TSE  e do STF, a imprensa, a té a TV Globo onde estava ontem para discutir os rumos do país como esperavam os eleitores.

,  Lula ficou na defensiva, reclamou do nível do adversário e, segundo os analistas, virou o jogo ao final.

Como diria o ditado popular, Bozó o papel que faz “o sujo falando do mal lavado”. Lula está inocentado pelos tribunais superiores. Mas o Juiz que o condenou, Sérgio Moro (agora papagaio de pirata) virou cabo eleitoral e conselheiro do ex-capitão no segundo turno, com quem tinha anteriormente rompido. E o ex-capitão, se acender um fósforo, o rabo de palha pega fogo e explode como as granadas e os 60 tiros de refile disparados por seu aliado, Roberto Jefferson, naquela que é a campanha eleitoral considerada mais violenta após a redemocratização.

Voltando ao rabo de palha…. Estão aí as rachadinhas, as ligações com milicianos, as compras milionárias de imóveis com dinheiro vivo que não deixam mentir. E ainda, os escândalos nos Ministérios da Saúde e da Educação, e até um Ministro da Fazenda, que – traído pelo subconsciente – disse em entrevista que o Brasil está bem de caixa “porque nós roubamos menos”.  É, o dinheiro pode até estar sobrando. Mas não para para ações sociais, já que  verbas de programas como o Farmácia Popular e a Merenda Escolar foram desviadas para o orçamento secreto. Assim como estão à míngua as universidades brasileiras. Não, não tive paciência com tanta miudeza.

Desliguei a TV, deitei na rede e fui ler um romance, para relaxar. Até porque, como dizem os analistas, estou entre os milhões de brasileiros que já decidiram em quem votar.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos; Reprodução da TV

 

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