A Serra da Canoa da caatinga

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Hoje é Dia da Caatinga. Vamos lembrar que enganam-se aqueles que pensam que a caatinga é apenas aquela vegetação ressecada, comum ao Semi-Árido durante as grandes estiagens que ocorrem no Sertão. Mas não é sempre assim, além de ser um bioma exclusivo do Brasil, ela tem grande poder de regeneração. Praticamente “ressuscita” a cada chuva.  Mesmo que esta não seja forte, fazem as flores vicejar até em rochas e no asfalto.  O paisagem do Sertão fica, então, extasiante.

A caatinga não é também composta apenas por aquela vegetação baixinha, que  a gente está habituada a ver nas áreas rurais do Agreste e do Sertão. Ali, também é comum se observar uma flora variada, que compreende desde cactáceas até árvores frondosas:  bromélia, coroa-de-frade,  xique-xique, facheiro (foto abaixo), mandacaru, Caroá,  ipê roxo, angico, a caatingueira, a imburana, o mulungu. Na fauna, tatus, lagartos, serpentes, aves como o papagaio-verdadeiro e o pintassilgo do Nordeste, espécies ameaçadas de extinção. Nesta semana, a Estação  Ecológica (Esec) Serra da Canoa completou nove anos. É única Esec  do Sertão e uma de suas unidades de conservação do bioma Caatinga.

O bioma registra espécies de vegetais, mamíferos, aves, pássaros e peixes, inclusive de algumas espécies endêmicas que vivem em um ambiente árido de longas estiagens. Algumas  espécies de animais têm que se reinventar para sobreviver. Os peixes, por exemplo, aproveitam o período chuvoso para acelerar o seu desenvolvimento e reproduzir e colocar seus ovos enquanto ainda há água abundante. Também é o caso dos anfíbios, que dependem da água para sobreviver e precisam manter sua pele úmida.

Para suportar o período de seca, algumas espécies de animais se enterram numa profundidade de até 2 metros, onde o solo ainda oferece algum tipo de umidade. Onze, das 74 Unidades de Conservação do Estado, administradas pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), estão localizadas na Caatinga. Duas delas foram criadas pelo Governo do Estado, no ano de 2012: o Parque Estadual Mata da Pimenteira (PEMP), em Serra Talhada, e a Estação Ecológica (Esec) Serra da Canoa, que fica no município de Floresta, ambas no Sertão pernambucano.

A paisagem da caatinga é menos árida do que aparenta: vegetação baixa, cactos (foto) e grandes árvores.

A Esec Serra da Canoa tem 7 mil hectares, e fica no  município de Floresta, no Sertão de Itaparica, a 439 quilômetros do Recife e é administrada pela Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh).  A Esec, com rica biodiversidade, é a única do Sertão. Criada pelo Decreto Estadual n° 38.133/ 2012, de 27 de abril de 2012, a Esec Serra da Canoa é a segunda unidade de conservação estadual voltada para a proteção do bioma Caatinga, predominante no sertão pernambucano.

Na Esec Serra da Canoa, são desenvolvidas ações para a proteção das espécies endêmicas e das espécies raras ameaçadas de extinção. Apesar do esforço, a área ainda encontra problemas. Em 2020, carcaças de tatu-peba foram encontrados assim como áreas de mata nativa devastada, para ceder espaço a plantios de maconha na Esec. Em Pernambuco, entre quase 80 áreas protegidas, há  estações ecológicas (como a Serra da Canoa), parques estaduais (como o Estadual de Dois Irmãos). E ainda: refúgios de vida silvestre, reservas particulares de patrimônio natural e Apas.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação / Cprh

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