A fé que sobe o Morro até de joelhos: Dia para agradecer as milhares de graças alcançadas

Gente de roupa azul de cetim, subindo de costas a íngreme ladeira que dá acesso ao Santuário que fica no alto do Morro da Conceição. Gente tentando fazer o mesmo percurso, porém de joelhos. Gente com um tijolo na cabeça, por ter conseguido comprar uma casa. Gente que sobe e desce com o traje de caboclo de lança do Maracatu Rural, em meio ao brilho das lantejoulas e ao barulho dos chocalhos que levam a manifestação cultural a chamar-se, também, de maracatu de baque solto. Gente com a família inteira, conduzindo um bebê, fantasiado de anjinho de roupas e asas brancas e azuis. Tudo para agradecer graças alcançadas e ratificar as manifestações de fé. Assim é a Festa de Nossa Senhora de Conceição do Morro, cuja 119ª edição começou no último dia 16, teve seu ápice em 8 de dezembro e que só termina de fato no próximo domingo (10/12), quando os fiéis poderão participar de seis missas no Santuário, em dois dias de pós-Festa.

O pós-festa conta com quatro missas no sábado, às 8h, 10h30m, 16h, 19h30m. No domingo, somam seis. E ocorrem às 7h, 9h, 10h30m, 12h, 16h e 18h. De acordo com os responsáveis pelo Santuário o pós-festa tornou-se necessário devido à “grande demanda”, após as comemorações em homenagem à Nossa Senhora da Conceição, padroeira “afetiva” do Recife, tão afetiva, que muita gente até acredita que ser ela também a “de direito” (que é Nossa Senhora do Carmo, Rainha do Recife e de Pernambuco). Nessa sexta-feira, feriado dedicado a Nossa Senhora da Conceição, o momento mais aguardado é a procissão que deve chegar ao Santuário por volta das 19h, quando haverá solene celebração de encerramento da festa. O andor, seguido por milhares de fiéis faz agora à tarde percurso entre o estacionamento da Prefeitura (no Centro) e o Morro, que deve demandar quatro horas.

Santuários artesanais têm grande procura na Festa do Morro

Dia de Nossa Senhora da Conceição contou com 16 missas

Com fantasia e chocalhos, Caboclo de lança sobre e desce o Morro no dia de sua maior festa

Doce Fininho de Nossa Senhora é iten obrigatório na gastronomia da festa

Imagens de Nossa Senhora da Conceição são comercializadas em todos os tamanhos

Além de artigos religiosos, tudo se vende no Morro: de flores artificiais e bonecas de pano

A Festa do Morro, como é mais conhecida, teve origem a partir da comemoração do cinquentenário do Dogma da Imaculada Conceição, instituído pelo Papa Pio IX, em 1854. Em 8 de dezembro de 1904, foi inaugurado o monumento em homenagem à Santa, no alto do então Morro da Boa Vista, também chamado de Morro dos Oiteiros. A partir da instalação da imagem no alto, ele passou a ser chamado pela população de Morro da Conceição. E assim ficou. A igreja local passou à condição de paróquia em 1974, sendo que em 1975 passou a chamar-se Matriz do Morro da Conceição. Em 2015, o espaço religioso passou à condição de Santuário Diocesano.

A imagem da Santa, tão venerada pelos católicos, foi trazida da França de navio, em 1904. Tem 3,5 metros de altura e pesa quase duas toneladas (1.840 quilos). A imagem traz a Santa com o pé sobre o globo terrestre, com uma coroa dourada na cabeça. Suas mãos são unidas em oração e há uma cobra sendo esmagada sob seus pés. Somente em 2001 a imagem sofreu sua primeira restauração, passando por uma segunda em 2014, quando foram recuperadas as suas características originais. No dia dedicado à Santa, os artigos mais procurados no Morro eram imagens de Nossa Senhora da Conceição, velas, terços, flores, camisetas com ilustrações do Santuário. Quem estava por lá,também, foi a Governadora Raquel Lyra (PSDB), acompanhada do Secretário de Turismo de Pernambuco, Daniel Coelho. Também, vários vereadores e deputados. Entre estes, Pedro Campos (PSB), irmão do Prefeito João Campos (PSB).

Abaixo, você confere vídeo e mais informações sobre a Festa do Morro e Nossa Senhora da Conceição. Mais vídeos sobre a festa no canal do #OxeRecife no YouTube.