Atendendo a pedido sobre o “fininho”

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Em todas as festas religiosas de Pernambuco, chama a atenção o colorido dos tabuleiros do doce fininho,  iguaria muito disputada pelos romeiros e que deu o ar da graça na última quarta-feira (8/12), durante a Festa de Nossa Senhora da Conceição que aconteceu no mais famoso morro da Zona Norte do Recife. Nas  esquinas das ladeiras que dão acesso ao Santuário que foi visitado por mais de 400 mil pessoas no feriado, havia pelo menos meia dúzia de vendedores oferecendo o doce que é feito à base de castanhas confeitadas e cujos ingredientes incluem até a erva doce.

Lauro trouxe de Limoeiro 5 mil “fininhos” para comercializar em festa religiosa no Recife: “Tradição de família”.

De acordo com os seis vendedores, a origem do doce é uma só: o Sítio Gameleira, localizado no município de Limoeiro, a 70 quilômetros do Recife. “É tradição da família”, diz José Lauro da Silva, que veio do sítio com nada menos de 5 mil unidades para vender na festa religiosa.  “Mãe fazia, os filhos aprenderam e hoje até os netos fazem”, conta ele que informa que a produção do doce ocupa pelo menos 40 pessoas da família. “Tem os que fabricam, os que embrulham e os que vendem”. Ele esperava vender toda a bagagem trazida. “Em 2020,vendi tudo. Se não vender os 5 mil pelo menos 4 mil eu vou vender”, dizia Lauro. Não voltei lá para checar. Mas somando todos os vendedores, pelo menos 30 mil fininhos devem ter sido comercializados na festa.

Os preços variam, dependendo do tamanho da embalagem, que lembra a de um pirulito daqueles que são vendidos em tábuas furadas nas ruas do Recife. Tem de R$ 3, de R$ 5 e de R$ 10. Alexandre Rosa de Azevedo não pertence  à família produtora. Mas como reside em Limoeiro, passou no Gameleira e trouxe  mais de 3 mil unidades para vender na festa. Esperava retornar para casa bom o tabuleiro vazio e o bolso cheio.  José Lauro informa que o que não falta para movimentar os negócios é festa no interior.  “De Festa de Reis à de Santo Amaro, da de Severino dos Ramos à de São Sebastião e de São José, a gente não perde uma”, conta relatando que os eventos religiosos mais movimentados ocorrem em municípios  como Gravatá, Bezerros, Riacho das Almas, Taquaritinga do Norte (Agreste), Limoeiro, Machados, Carpina (Zona da Mata) ; Jabotão dos Guararapes e Recife (Região Metropolitana).

Doce fininho é presença garantida nas festas religiosas da Zona da Mata, Agreste e Região Metropolitana.

Eu nem ia falar do fininho em 2021, porque já abordei a presença do doce em outras edições da Festa de Nossa Senhora da Conceição. Mas voltei ao assunto atendendo a pedido do leitor Rogério Gomes, que enviou mensagem ao #OxeRecife, solicitando que não deixássemos de abordar a iguaria em 2021. Ele não disse onde reside, mas é provável que seja longe do Recife. Ele solicita:

“Gosto muito dos seus textos. Sou saudosista da Festa de Nossa Senhora da Conceição. Sempre leio as novidades no seu Blog. Gostaria que você fizesse mais matérias sobre o inesquecível doce fininho. Seu blog é o único que conseguimos encontrar informações sobre esse doce tradicional e riqueza gastronômica pernambucana.

Pedido atendido, Rogério!

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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2 comments

  1. Bom dia OxeRecife,

    Gostaria de agradecer pela rica matéria do “Fininho da Conceição” e por ter atendido meu pedido. Imensamente grato.
    Sucesso ao blog.

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