Como quase todos os brasileiros, me plantei na frente da TV na noite de quinta-feira, para assistir ao debate com os presidenciáveis. Como muito já se falou sobre as farpas entre eles trocadas, propostas, destemperos, acusações e palhaçadas, vou dar aqui minha impressão pessoal sobre o desempenho dos candidatos. O #OxeRecife também confere um “troféu” para cada um deles. Confira então.
Primeiro, as mulheres:
Simone Tebet, PMDB – Ganhou fama pelo seu desempenho na CPI da Covid, de onde foi alçada para a briga pela sucessão presidencial. Mostrou-se segura, controlada, focada, com propostas concretas. E também imune a armadilhas, como a que tentou lhe colocar o Presidente Bolsonaro, ao indagá-la sobre o caso Celso Daniel, então prefeito de Santo André pelo PT, assassinado em 2002. Não desperdiçou um minuto do seu tempo, aproveitando cada segundo para expor suas propostas. Mesmo sem chance de chegar ao segundo turno, deve sair do pleito maior do que entrou. Troféu Meninas Superpoderosas.
Soraya Thronicke, União Brasil – Apesar de espirituosa (tirou o “Padre” Kelmon do sério), transformou-se candidata de uma proposta só: o imposto único, como se a iniciativa fosse a suficiente alternativa para consertar o Brasil, incluindo as injustiças sociais. Pareceu dispersa sobre propostas para o país, e escorregou ao ser abordada por Simone Tebet sobre Educação, pois foi evasiva sem apresentar resposta concreta. Nota dez ao perguntar ao “padre” se ele não temia ir “para o inferno”, e ao dizer que ele era um “padre de festa junina”. Afinal, o “marionete” de Bolsonaro parecia tudo, menos um padre,apesar da roupa que ele deveria ter deixado na Igreja. Troféu “Moleca Sapeca”, para Soraya.

Agora os homens:
Padre Kelmon, PTB – Triste figura. Apesar do traje religioso – usado para impressionar- o “padre” foi desmascarado como “candidato laranja”. Antes um total desconhecido no país, ele chegou à disputa porque o seu chefe, o polêmico Roberto Jefferson, réu confesso de vários crimes, foi impedido de entrar na sucessão presidencial pela justiça. O “padre” virou muleta para Jair Bolsonaro, lendo perguntas para levantar o moral do ex-capitão. Dizem que elas foram preparadas pela equipe do ex-capitão. Troféu Marionete, para o “Padre” Kelmon
Ciro Gomes, PDT – Verborrágico como sempre, vomitou um milhão de números e deixou o eleitor confuso. Disparou a metralhadora giratória contra Lula e também contra Bolsonaro, porém mais contra o primeiro do que contra o segundo. Virou meme nas redes sociais (foto superior), onde aparece hoje vestido de noiva em um “casamento” com Bozó. Detalhe: o “padre” do matrimônio é o Kelmon. Não é a primeira vez que Ciro vira meme após debate. Enumerou a venda de órgãos estatais por Bolsonaro, mas o povão não deve ter entendido nada. Ponto sobre a corrupção no governo, o orçamento secreto e imóveis comprados pela família Bolsonaro com dinheiro vivo. Vai sair do pleito menor do que entrou. Troféu Metralhadora Giratória,para Ciro.
Felipe D´Avila, Novo – Todo arrumadinho, terno, gravata, camisa e cabelo impecáveis Felipe não empolgou ninguém. Talvez só os seus correligionários e representantes do capitalismo. A sede de privatizar tudo mete medo. Troféu Coxinha, para D´Ávila.
Jair Bolsonaro, PL – Impressionante como o ex-capitão mente com a cara mais cínica do mundo. No seu governo nunca houve corrupção, ele nada tem a ver com orçamento secreto, a família não comprou imóveis com dinheiro vivo, o Brasil é um exemplo de recuperação da economia e de luta contra a fome. A Floresta Amazônica “está tão preservada como nos tempos de Pedro Álvares Cabral”. Ele está conseguindo “domar” a inflação, porque baixou o preço dos combustíveis. Mas… o povo não bebe gasolina, não é mesmo? E ele precisa ir ao supermercado, para ver os preços do feijão, do arroz, do pão, do leite, da carne. Tem gente que tem vontade de chorar,quando vai fazer as compras da família. Troféu Pinóquio, para Bozó.
Luiz Inácio Lula da Silva, PT – Criticado por todos os lados, Lula aproveitava cada ataque para enaltecer as conquistas do seu tempo como Presidente do Brasil, quando realmente melhorou o poder aquisitivo da população e sua liderança ganhou projeção mundial. Foi muito questionado sobre corrupção no seu governo, mas respondia com os feitos de sua gestão. Perdeu ponto quando se irritou com o “Padre” Kelmon, que foi escalado pela “milícia” de Bolsonaro justamente para provocar o petista. E Lula engoliu a isca. Porém, a julgar pelos comentários que ouvi hoje nas ruas, o incidente com o padre de araque foi um mal menor. Troféu Madeira que Cupim não rói.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Reprodução da Tv e redes sociais