Dia Internacional da Mulher: Beijos para Joana Carolina e para Juliana

No Dia Internacional da Mulher, uma homenagem às minhas filhas, Joana Carolina e Juliana. Homenagem estendida a todas as boas mulheres do mundo que, ao longo dos séculos e das décadas, lutaram muito para que nós chegássemos onde estamos hoje, embora com um longo caminho ainda a percorrer.

Sou de um tempo que na profissão que escolhi, a gente contava nos dedos as mulheres nas redações. Hoje são maioria em muitos veículos. O que ocorria em outras profissões, como engenharia, física, medicina. Também eram poucas nos tribunais. No século passado, cheguei publicar reportagens com denúncia de prática de “ginofobia” feita por um desembargador (Agamenon Duarte), do Tribunal de Justiça de Pernambuco, que acusava seus pares de preconceito contra o sexo feminino, porque eles eliminavam todas as mulheres das listas de candidatas ao cargo de juízas no TJP. Era mulher? Já eram eliminadas por antecipação. Pelos homens, claro. Hoje, tenho um exemplo em casa de uma mulher que superou essa barreira: minha filha Joana Carolina, a primeira desembargadora a ser escolhida por meritocracia para o Tribunal Federal da Quinta Região, que tem sede no Recife. Lembro-me, também que, como repórter política, tinha horror ao “departamento feminino” dos partidos políticos, naqueles tempos que eles somavam apenas dois no Brasil, a Arena (que apoiava a ditadura) e o MDB (que era a Oposição).  É que naqueles tempos, os homens discutiam nos gabinetes refrigerados. Enquanto os departamentos femininos dessas agremiações políticas…

Bom, os setores femininos dos partidos funcionavam nas garagens das sedes das agremiações políticas. Até hoje não entendo como as mulheres de políticos importantes ou engajadas à luta aceitavam um negócio daqueles. Felizmente os tempos mudaram. Mas ainda há um longo caminho a percorrer. As mulheres ocupam muito espaços,  mas há pesquisas que mostram que ainda recebem menos do que homens em cargos similares. As representações no Legislativo e no Executivo também cresceram, mas não estão taco a taco ainda. As mulheres também são vítimas de  assédios (ver pesquisa nos links abaixo). E a violência doméstica e os feminicídios ilustram as páginas policiais todos os dias. Vamos, portanto, lutar para que isso mude. Há quem diga que, um dia, o mundo será das mulheres. Não desejo tanto. Desejo sim, um mundo sem misoginia e que homens e mulheres, juntos, contribuam para que vivamos em um Planeta melhor.

Quanto às minhas homenageadas, Joana Carolina e Juliana, são bem diferentes. Uma é libriana, e a outra é de Aquário. Joana é discreta, quase não frequenta festas (nem de carnaval) e vive praticamente entre a família e o trabalho. Juliana adora brilho, não só não perde uma festa como também trabalha com organização de eventos, sempre com a marca do bom gosto e do excesso de criatividade. Também curte muito a família e as famílias das famílias conhecidas. É competente no que faz, muito generosa, bem humorada e não a vejo guardar rancor, o que é bom para o espírito e para a saúde. As duas me deram cinco netos, sendo duas meninas, igualmente maravilhosas, Alice e Maria Letícia (os meninos são Henrique, César e Carlinhos). E as duas meninas, lindas por sinal, já me orgulham muito como me orgulham as suas mães, que são minhas filhas. Feliz Dia das Mulheres, Feliz dia das Humanidades para todos, todas e “todes”.

Nos links abaixo, algumas postagens sobre mulheres que fazem e acontece, ou fizeram e aconteceram.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Álbum de família