Tijuca Alimentos refloresta terras degradadas com 100 mil cajueiros no interior do Ceará

Empresa cearense com mais de 50 anos de atuação na produção e comercialização de ovos, frangos e queijos em três estados do Nordeste, a Tijuca Alimentos fez o que devia.  Decidiu reflorestar uma área degradada, em uma de suas fazendas, no município de Beberibe, a 67 quilômetros de Fortaleza. Porém ao invés de optar por uma variedade maior de espécies, escolheu uma só: o cajueiro. E não se arrependeu. Já são 13.700 mudas em terra, das 100 mil que a agroindústria pretende espalhar, para recompor o verde de suas estéreis terras.

No Ceará, a Tijuca Alimentos refloresta terras degradadas com 100 mil mudas de cajueiros: lucros ambientais e sociais

Foi a “solução econômica, social e ambiental para a região”, segundo informam seus executivos. “Começamos a plantar o caju como forma de reflorestar a área que estava como uma terra árida, mas não demorou para descobrir os benefícios da plantação da cajucultura”, afirma Evandro Júnior, supervisor de produção da Tijuca, empresa que possui, também, fábrica de ração. “Desde o plantio até a colheita, o fruto consegue gerar emprego, alimentar pessoas e ainda ajuda na questão hídrica por não precisar de irrigação. Muitas cearenses veem na safra do caju a oportunidade de mudar de vida”, afirma.

Além da área econômica e social, a cajucultura também ajuda na questão ambiental, pois a poda anual dos cajueiros auxilia no sequestro de carbono da atmosfera. Dessa forma, o resíduo dessa poda é transformado em lenha e usado no aquecimento dos pintinhos e na caldeira da fábrica de ração animal da fazenda. A separação das áreas de produção funciona como um filtro verde que ajuda na parte sanitária, mantendo a saúde dos animais da fazenda. Na safra deste ano, estão sendo gerados novos postos de empregos para moradores locais e pessoas à procura do primeiro emprego de carteira assinada.

Detalhe do quadro “Mameluca”, de Albert Eckhout chamou atenção dos europeus: cajus de cores diferentes em um só pé

O caju é uma espécie nativa do litoral do Brasil, que foi levada por portugueses para Ásia e África onde se adaptou muito bem. O nome caju vem do tupi e significa “noz que produz”. Os cajus têm coloração curiosa. Em um mesmo galho, os frutos aparecem em duas cores, vermelho e amarelo, mesmo que estejam com o mesmo grau de maturação. Essa particularidade chamou atenção dos europeus, quando observavam os quadros do pintor Albert Eckhout (1610-1665), encarregado por Maurício de Nassau de  documentar flora, fauna e tipos humanos brasileiros.

À distância das terras tropicais, eles achavam que as cores dos frutos eram “criação” do artista, e se surpreenderam quando os viram ao vivo em nossas terras.  A Tijuca Alimentos atua no Ceará, Piauí e Maranhão. É a única empresa cearense do segmento com abatedouro próprio. Dispõe de sedes em Fortaleza, Cascavel e Beberibe, onde mantém uma moderna fábrica de rações. Na logística, dispõe de frota própria para transporte dos produtos, “garantindo qualidade até chegar à mesa dos clientes”. Vamos torcer para que outras empresas sigam o exemplo, pontilhando de árvores a nossa tão sofrida paisagem nordestina.

Abaixo, você confere iniciativas louváveis de plantio de árvores em várias  partes do Brasil.

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Texto:Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Tijuca Alimentos / Divulgação

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