Pedestre rejeita propaganda do PSB nas ruas do Recife e é confundido como “eleitor de Bolsonaro”

Nesta semana, durante minha caminhada matinal por vários bairros da Zona Norte fui abordada por militantes de vários partidos.  Muitas vezes, pois estão aos borbotões, em todas as esquinas. Não sei, no entanto, se devemos chamar de militantes. Ou cabos eleitorais. Na verdade, creio, não são militantes nem cabos eleitorais. Mas pessoas desempregadas, geralmente de baixa renda, que aproveitam a eleição para fazer um “bico” e faturar uns trocadinhos. Alguns, no entanto, se excedem ao tentar “adivinhar” em voz alta o candidato do pedestre.

Aconteceu comigo. Caminhava pela Avenida Dezessete de Agosto, em direção ao Plaza Shopping, quando fui abordada por um grupo de “militantes” do candidato Pedro Campos (PSB), irmão do Prefeito João Campos e filho do falecido ex-Governador Eduardo Campos (ambos do mesmo partido). Uma moça me parou, deu santinhos e panfletos de Pedro, “o federal de Lula”. Segundo a propaganda, o socialista vai “botar a esperança prá moer”.

Não sei exatamente o que significa “botar a esperança prá moer”. Mas sei o que significa uma agressão no tipo de abordagem por outro grupo do mesmo candidato, no meu retorno, quando me defrontei de novo com “militantes”. Já havia recebido a propaganda, e guardei no bolso para ler em casa. Então recusei um novo panfleto. Mas a reação do contratado pelo candidato foi muito agressiva para mim. “Ah, sei, você é eleitora de Bolsonaro”.

Meu sangue subiu. Voltei e abordei o rapaz. “Olha aqui, não tenho letreiro de voto nem de candidato na testa e não autorizo você a dizer em quem vou votar para Presidente”. E completei: “Não voto em canalha, e você me agrediu ao falar por mim”. Aí, me arretei, e disse para ele: “Sabe da maior, eu analiso as propagandas e propostas que recebo, mas vou ter que jogar no lixo sem ler, a que já tinha guardado”. E fui embora, “P”  da vida.

Em Casa Amarela, ali bem pertinho do Mercado, encontrei outro “militante”. Dessa vez, distribuindo santinhos e panfletos  em favor do candidato à sucessão estadual pelo PL, Anderson Ferreira. Recusei polidamente. “Meu amigo, eu não consigo votar em ninguém que está do lado do “imbrochável” que não respeita mulheres, negros, índios, nem a natureza”. O rapaz recebeu meu argumento com humor.”Eu estou com a senhora. Assino embaixo, mas preciso levar o pão para meus filhos”.

Disse-me que estava desempregado há mais de ano, e que a eleição virou uma forma de se “virar”.  Em nenhum momento, o trabalhador disse: “então você é Lula” ou citou o nome de outro candidato. Mas insinuar que sou eleitora de Bolsonaro, como fez “militante” de Pedro Campos, ah isso soou como uma agressão. Não gostei! Nesta semana, uma amiga minha foi ao RioMar, e estava de roupa azul. Ouviu um porteiro comentar com outro que ela era “eleitora de Bolsonaro”. Ficou ofendida, e me disse que até outubro, só usará roupas vermelhas.

Porém achei o jeito do porteiro “adivinhar” e comentar com outro, bem menos grave do que fez o “militante” de Pedro Campos.

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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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