Já somam 106 as vítimas das chuvas registradas na Região Metropolitana do Recife. O número é maior do que o verificado em 1975, quando 104 pessoas morreram naquela que foi a maior enchente do século 20 no estado, quando o Rio Capibaribe invadiu 80 por cento do território da capital. Desde então, o Recife cresceu, aliás, inchou. E se há 47 anos as mortes ocorreram, em sua maioria, por afogamento, no século 21 os óbitos se devem a desabamentos de residências, provocadas por deslizamento de barreiras. Ou seja: um dramático retrato da falta de planejamento, da desordem urbana, da crise habitacional, da inexistência de uma política consistente de defesa civil para as populações de baixa renda, que residem em áreas de risco, sejam em palafitas fincadas nos manguezais ou em casas pingentes nas encostas dos morros.
Pelo que se observa, a questão da habitação e da segurança dos morros é tratada com o mesmo descaso da questão do saneamento. Empurra-se com a barriga. Então, caso não sejam implantadas ações permanentes de segurança nos altos, a situação tende a se agravar, diante da crise climática e da previsão de concentração cada vez maiores de chuvas. Segundo o engenheiro Artur Coutinho, da UFPE “é preciso que as cidades da Região Metropolitana se adaptem a esses eventos para que em 2023, não tenhamos que lamentar novos cem mortos”. Para o especialistas, há tecnologias para evitar tragédias como os desabamentos que ocorreram na cidade, quando foram ceifadas vidas de netos, filhos, pais, avós, genros e noras. Foi o que lamentava Taila, que chorava hoje onze mortos da família, no Jardim Monte Verde. O bairro fica entre os municípios do Recife e Jaboatão dos Guararapes, onde o Corpo de Bombeiros suspendeu as buscas, ao localizar os últimos três desaparecidos.

Infelizmente, apesar do dilúvio, as torneiras estão secas em muitos bairros. No bairro do Ibura – caracterizado pela presença de altos e barreiras – não há água na torneira desde a última sexta-feira. “A gente precisa lavar as casas, tirar a lama, mas a Compesa não manda a água”, diz o ambulante Mário José da Silva. Ele afirma que não recolhe água que cai do telhado, temendo doenças provocadas por fezes de pombo ou urina de rato. No bairro de Cavaleiro, em Jaboatão dos Guararapes, moradores também não conseguem lavar suas casas, pois estão há 20 dias sem água nas torneiras, segundo relatam famílias residentes na Rua Bartolomeu, por exemplo.
Água tem muita. Talvez não precisassem nem de “racionamento”, como o que os pernambucanos vinham enfrentando na RM. Pois de acordo com a Companhia Pernambucana de Saneamento, seis mananciais da Região Metropolitana estão com capacidade máxima de acumulação e começaram a verter (ou “sangrar). São elas: Várzea do Una (São Lourenço da Mata), Duas Unas (Jaboatão dos Guararapes), Pirapama (Cabo de Santo Agostinho), Sicupema (Cabo de Santo Agostinho), Utinga (Ipojuca) e Bita (Ipojuca). Outras barragens importantes para a região continuam acumulando um bom nível de água, a exemplo de Botafogo, que chegou a 78,7% e Tapacurá, que atingiu 71,5%.

Na Zona da Mata Norte e no Agreste, dez mananciais atingiram a capacidade máxima de acumulação e estão vertendo: Inhúmas e Mundaú (Garanhuns), Santana II (Brejo da Madre de Deus), São Jacques (Lajedo), Pedra Fina (Bom Jardim), Pau Ferro (Quipapá), Siriji, (Vicência), Orá/Cursaí (Paudalho), Tiúma, (Timbaúba) e Tabocas/Piaça (Belo Jardim). Barragens importantes como Prata, Jucazinho e Poço Fundo também estão sendo monitoradas. O Prata passou de um acumulado de 50,39% no último dia 23, para 71,48% no dia de hoje. Jucazinho e Poço Fundo tiveram poucas alterações. O primeiro estava com 14,75% e hoje registra 15,40% e Poço Fundo passou de 16,19% para 17,28%.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Genival Paparazzi