O #OxeRecife já falou aqui várias vezes do Acervo RecorDança, coletivo de pesquisadoras (com “A” mesmo, pois são todas mulheres) que atuam em Pernambuco. É um grupo que, desde 2003, vem catalogando, organizando e difundindo as memórias das danças do Estado em um acervo digital (www.acervorecordanca.com). Os registros são de todo tipo de dança, do passo (coreografia do frevo) aos caboclinhos, destes às quadrilhas juninas. Do break ao twerk, das manifestações de origem afro (como o maracatu) às coreografias para pessoas com deficiência, realizadas com cadeiras de rodas.
Ou seja, as investigações possuem um amplo espectro. Agora o coletivo quer se aprofundar ainda mais. É que entre fevereiro e março, o RecorDança promove uma residência artística-historiográfica, reunindo as pesquisadoras do Coletivo e mais oito artistas convidados para refletir sobre aspectos de linguagens artísticas da Dança que merecem maior visibilidade em pesquisas da área. A “Residência RecorDança 20 anos: Política do Encontro” acontece nos fins de semana entre 23/02 e 03/03, no Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, em Chão de Estrelas, Recife-PE.

Ao final, no domingo (03), haverá uma mostra dos resultados da residência intitulada “Confluência RecorDança”. A mostra será gratuita e aberta ao público a partir das 15h, também no Daruê Malungo. O projeto conta com recursos do SIC Recife 2021/2022 – FIC, firmado por meio da Secretaria de Cultura do Recife. A política do encontro, proposta pelas pesquisadoras do Acervo, visa reunir agentes da Dança para pensar e elaborar, em conjunto, conteúdos sobre as danças representadas durante a residência, em sua maioria, ainda não mapeadas pelo coletivo, a fim de manter vivas suas memórias de forma criativa.
Além das pesquisadoras do Acervo RecorDança Ailce Moreira, Elis Costa, Ju Brainer e Taína Veríssimo, foram convidados a participar da residência os artistas-pesquisadores da Dança que atuam no Recife: Briê Silva (twerk), Cris Souza (quadrilha), G-black (break), Nina Sousa (dança esportiva em cadeira de rodas), Paulinho 7 Flexas (caboclinho), Vilma Carijós (danças afro-brasileiras), Roberta Ramos (historiografia da dança) e Valéria Vicente (frevo e dança contemporânea).
A residência irá gerar seis resultados, de múltiplos formatos, entre podcasts, vídeos, fotos, textos, performances, entre outros. Os resultados apresentados artisticamente ao público, contam com intérprete de Libras. Posteriormente, os registros serão disponibilizados gratuitamente no site do Acervo RecorDança. As pesquisadoras explicam que o interesse em realizar a residência no Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, sede de um grupo de dança que há mais de 30 anos vem contribuindo com a formação e fruição da cultura popular e afro-brasileira, é deslocar o foco do centro da cidade para provocar um retorno às comunidades periféricas, reconhecendo suas potências, trajetórias e importância.

Leia mais informações sobre o ColetivoAcervo RecorDança nos links abaixo, assim como outras ações do setor de dança.
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SERVIÇO
Residência RecorDança 20 anos: Política do Encontro*
Quando: : 23/02, 24/02 e 25/02/2024 (sexta a domingo) 01/03, 02/03 e 03/03/2024 (sexta a domingo)
Onde: Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo (Rua Passarela, 18a, Chão de Estrelas, Recife/PE).
*A residência é fechada para convidados.
Mostra Confluência RecorDança**
Quando: Domingo, 03/03 – 15h às 17h
Onde: Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo (Rua Passarela, 18a, Chão de Estrelas, Recife/PE)
Quanto: grátis (**A mostra é aberta e gratuita ao público)
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Zé Diniz / Arnaldo Sete /Divulgação