Depois do shopping social – o primeiro do gênero no país – a Rua do Bom Jesus ganha mais um equipamento, anunciado hoje pelo Prefeito João Campos (PSB) no Dia Internacional da Mulher. É o Centro Bárbara Alencar de Promoção dos Direitos da Mulher. Que segundo a Prefeitura, terá como principal objetivo a promoção da cidadania e de desenvolvimento de potencialidades para o empoderamento econômico, político e social das cidadãs recifenses”. O nome homenageia a primeira mulher republicana, que foi contaminada pelos ideais da Revolução de 1817, quando Pernambuco foi uma república independente da Coroa portuguesa por mais de 70 dias.
O novo centro exigiu investimentos de R$3,5 milhões e as obras foram iniciadas ainda em 2022. Terá 700 m², funcionará em imóvel histórico, que está sendo revitalizado. “O espaço vai contar com biblioteca, sala de costura, cozinha de formação, sala para empreendedorismo, tudo isso no Centro do Recife, em uma das ruas mais bonitas do mundo, a Rua do Bom Jesus, e totalmente voltado para as mulheres da nossa cidade”, ressaltou o prefeito. O espaço contará, ainda, atividades educativas, desportivas e culturais, com o objetivo de combater todas as formas de violação aos direitos da mulher. O Centro Bárbara de Alencar também terá duas cozinhas, biblioteca, auditório, espaço voltado para exibições audiovisuais, além de salas de costura, acolhimento e de aula. O novo equipamento está sendo finalizado, mas não foi divulgada a data da entrega.

O equipamento ofertará cursos de qualificação e espaços voltados para o empreendimento feminino, além de um local para o acolhimento, em casos de violência, e encaminhamento para serviços especializados”, afirmou Glauce Medeiros, secretária da Mulher. “Toda a estrutura física do Centro Bárbara de Alencar foi pensada para que as mulheres que buscarem o serviço possam se sentir acolhidas e em segurança. Um ambiente aconchegante e acolhedor tem um papel fundamental no recomeço destas pessoas que passaram por algum tipo de violência e estão em busca de cidadania e inclusão social”, comenta a chefe do Gabinete de Projetos Especiais, Cinthia Mello.
O Centro homenageia uma das personagens femininas mais interessantes da história. Natural do Crato, ela foi a única mulher no Ceará a lutar abertamente contra a Coroa Portuguesa, seguindo o movimento deflagrado em Pernambuco, em 1817,em um tempo que as mulheres eram criadas para casar e ser submissa ao marido e quando as revoluções eram feitas em sua maioria pelos homens. No Ceará, o estado chegou a ficar livre do regime colonial por oito dias.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Internet e PCR/ Divulgação