Moradores de Casa Forte voltam a reclamar da coleta seletiva pois separam o lixo em vão

É verdade que a atual gestão tem um zelo maior com a limpeza do Recife do que a anterior, quando a gente se defrontava sempre com montanhas de lixo entulhado até no centro da cidade, em situações tão gritantes que é difícil esquecer, como a que se observa na foto abaixo. No dia que me defrontei com essa cena, eu estava com um amigo de Curitiba. E lembro que morri de vergonha, ao chegar na Praça Dom Vital, bem pertinho do Mercado de São José e em frente à Igreja de Nossa Senhora da Penha. O lixo acumulado chegava à altura de um adulto.

Também havia ruas  que eram totalmente excluídas do serviço de limpeza. Quando os contribuintes reclamavam da falta do serviço aos órgãos competentes, a resposta era que rua “secundária” estava fora desse benefício. Como se os moradores não pagassem o IPTU, não é? O que se observa, agora, é que o órgão responsável pela limpeza – a Emlurb – está varrendo mais e limpando mais.  Porém algumas vias continuam sem ver a cor da vassoura, como é o caso da  Dr. Brito Alves, que fica em Casa Amarela. Pertinho do Colégio Santa Catarina. Outra que ficava a ver navios era a  Guimarães Peixoto, que fica entre a Estrada do Arraial e a Avenida Norte. Ela não era beneficiada por varrição, mas segundo os moradores, o serviço é feito semanalmente.  Além disso, a Emlurb parece ainda não ter acertado os ponteiros quanto à coleta seletiva. Nem mesmo consegue impor disciplina a bares, restaurantes e casas de festas, que deixam toneladas de lixo  nas calçadas, com tudo misturado: papelão, garrafas de bebidas, latinhas, garrafas PET. E ainda por cima, restos de comida.

Cenas como essa eram comuns na gestão anterior, mas na atual a coleta seletiva ainda deixa a desejar

Aí fica difícil que as ruas não fiquem sebosas, pois animais (cavalos, cães)  espalham tudo em busca de comida, enquanto catadores  fazem o mesmo para retirar os materiais que podem render algum lucro.  No Recife, há calçadas pelas quais você não consegue passar, devido ao excesso de lixo.

Há condomínios, também, que não separam o lixo. Outros, separam, porém a Emlurb não colabora. É o caso do Edifício  Tamango, localizado na Rua Visconde de Ouro Preto, 103, Casa Forte.  É que o Condomínio faz o dever de casa, mas a caçamba da Emlurb não passa para pegar. O caso já foi relatado aqui no #OxeRecife, porém a autarquia deu uma desculpa esfarrapada e sem sentido para justificar a falta de eficácia. Pois agora, seis meses depois da postagem, a situação permanece a mesma. Os condôminos separam papel, vidro, latas, PETs, mas fica tudo no mesmo lugar. Porque o caminhão da coleta seletiva não passa. E se passa, não recolhe o material devidamente separado pelo condomínio.

O prédio foi cadastrado na Emlurb já várias vezes. Mas o serviço que é bom… não aparece. Se aparece, não leva o lixo seco na caçamba de material reciclável.  Os moradores relatam que já fizeram o cadastramento várias vezes. Mas de nada adianta. “Cheguei para trazer boas notícias. Seu endereço acaba de ser cadastrado na rota do caminhão de coleta seletiva e a partir de agora passaremos em sua casa para coletar o material  reciclável”, informa a Emlurb. Que em seguida avisa: “O caminhão passará na sua casa: Endereço Rua Visconde de Ouro Preto, 103, Casa Forte, no dia de sábado e turno noturno”. O caminhão passou? Nada.  Os moradores do prédio se queixam do descaso com a coleta seletiva. “O lixo tem ficado todo lá”, reclama a professora Rita Suassuna, que separou tudo e não viu resultado. Assim fica complicado. Pelo que se vê, coleta seletiva só no nome mesmo….

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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