Grupos de extrema direita invadem sede de centro de treinamento do MST: “mito” e “suástica”

Notícia triste. Porém não chega a ser surpresa, diante do que se tem visto no Brasil, partindo da extrema direita, que não se conforma com o resultado democrático das eleições presidenciais, que impuseram derrota ao Presidente Jair Bolsonaro. Os seguidores do ex-capitão já bloquearam estradas, agrediram quem não reza pela cartilha deles, afrontam as instituições republicanas e agora decidiram pichar com a suástica e o nome “mito” as dependências do Centro de Formação Paulo Freire, fica no Assentamento Normandia, em Caruaru, a 130 quilômetros do Recife.

O Centro pertence ao MST. De acordo com o MST, os atos de vandalismo político aconteceram na madrugada do sábado. Os meliantes usavam camisas amarelas – a cor predileta dos seguidores e apoiadores de Bozó – e teriam se aproveitado do som alto que vinha de uma festa de vaquejada, em frente ao Normandia, para fazer o ataque. De acordo com o MST, vários espaços coletivos do Centro amanheceram pichados com a suástica (símbolo do nazismo) e com o nome “mito”, que é como os fanáticos chamam o “Messias” de araque (e que, segundo a primeira dama Michele Bolsonaro, seria o enviado dos céus à terra, conforme ele disse em discurso veiculado nas redes sociais, durante encontro com evangélicos”. Mas de “messias” nem Bozó nem seus seguidores têm é nada.

Vândalos invadiram e picharam dependências do Centro Paulo Freire, do MST: suástica e “mito”

Não satisfeitos em enviar o recado enfatizando uma ideologia criminosa – todo mundo sabe o saldo de vítimas deixado por Hitler – os marginais arrombaram e incendiaram a casa da coordenadora do Centro. “A casa foi parcialmente queimada, inclusive pertences, camas e telhado”, informa o MST. De acordo ainda com o Movimento, não foi o primeiro ataque, na gestão Bolsonaro. Em 2019, o Governo federal tentou despejar o Centro, mas enfrentou dificuldade devido a rede de de solidariedade que se formou contra a iniciativa. Desde então, o processo sobre o assunto empacou no Incra.

“Esperamos resolver esse problema de forma definitiva tão logo o novo governo tome posse”. O MST informou que “felizmente” ninguém se feriu durante o ato criminoso. “Os danos materiais, a gente resolve, mas fica mais uma vez a lição de que não podemos baixar a guarda”. O Movimento  emitiu “um alerta” para “proteger nossas estruturas e garantir a posse de Lula no dia 1 de janeiro”.  O MST reafirmou proteção “às nossas lideranças, , contra a ira do ódio e do preconceito e da intolerância dos grupos fascistas”. Esquecem esses fascistas que, durante a pandemia, foi o MST – através de campanhas e do Armazém do Campo – quem contribuiu para a redução da situação de fome, distribuindo toneladas alimentos e quentinhas.

Veja vídeo sobre o caso, com a deputada estadual eleita Rosa Amorim (PT). Ela foi criada em acampamentos e assentamentos do MST e é filha de Jaime Amorim, um dos coordenadores do Movimento em Pernambuco.

 

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: MST / Divulgação

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