Está difícil. Se correr, o bicho pega, se ficar o bicho come. Alguém lembra desse ditado popular? É o que está acontecendo nas paradas de transporte coletivo do Recife. De um lado, locais sem proteção nenhuma para os passageiros, que ficam expostos à demora excessiva, ao sol e a chuva e ainda enfrentam falhas nos aplicativos que indicam um tempo de chegada do ônibus, que se prolonga por uma eternidade. Do outro, abrigos arrumados, com assentos e cobertas, como os da Avenida Conde da Boa Vista, depois que a via foi requalificada.
O problema é que enquanto aguardam a chegada do ônibus na Boa Vista, os usuários enfrentam a falta de segurança. Um exemplo disso ocorreu na noite de terça-feira, por volta de 20h30m, quando uma mulher que aguardava o coletivo foi abordada por um assaltante com arma branca. O incidente ocorreu em um momento que houve queda de luz na Avenida, e o marginal utilizou-se da escuridão para agir.
Houve correria e gritaria, e o 190 foi acionado. Até que atendeu com rapidez, mas o gatuno evadiu-se. Infelizmente. O incidente chamou a atenção de moradores do bairro e pedestres. O fotógrafo Genival Paparazzi , autor das fotos dessa página, estava no local, quando a Polícia Militar chegou, depois da confusão. De acordo com comerciantes e moradores da Boa Vista, tanto a Avenida quanto todo o bairro necessitam de mais policiamento preventivo, câmeras de segurança, e maior quantidade de rondas da PM. De dia e de noite. Para completar, há locais que os pedestres evitam, como é o caso da Ponte da Boa Vista, que liga os bairros de Boa Vista e Santo Antônio. É um breu, o que facilita a ação de marginais
Aliás, segurança é o que o Recife todo precisa e não só o centro, não é mesmo? A cidade vive assustada. E uma prova disso é a pergunta que meus amigos costumam fazer, quando sabem que tenho por hábito caminhar nas ruas todas as manhãs. “Você não tem medo de assalto?”. Ter, tenho. Mas já fui assaltada várias vezes, enquanto dirigindo, três vezes só na Avenida Agamenon Magalhães e outra na Avenida Rui Barbosa. A pé, só uma, na Rua João Santos Filho, defronte do Cais da Vila Vintém, em uma de minhas andadas pelo bairro de Casa Forte.
Mas fui salva por um taxista, que ia passando. Ele parou, sinalizou e corri para o TX, que me deu uma carona. Claro que eu o gratifiquei o motorista, mesmo descendo na primeira esquina. “É a terceira vez que assisto uma cena dessa hoje”, disse-me ele. Está difícil, não está? Esse último incidente ocorreu no ano passado. Desde então, o medo nas ruas só fez aumentar, principalmente no centro, que está transformando o Recife em uma cidade de bairros fantasmas, como Boa Vista, Santo Antônio e São José. E sem gente na rua… a insegurança aumenta. Concordam?
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Genival Paparazzi) / G.F.V Paparazzi / ZAP (81)995218132)/ gfvpaparazzi@gmail.com