Para o recifense, o maior problema da cidade é a falta de segurança

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Nem tudo são flores nos 488 anos do Recife, comemorados nessa quarta-feira, 12 de março. A violência, pelo que se vê, é o pesadelo constante na vida das pessoas. Pesquisa que acaba de ser divulgada pelo Instituto Cidades Sustentáveis mostra que a segurança é o problema número um dos seus moradores. Nada menos de 73 por cento das pessoas ouvidas na enquete a mencionam como o maior problema da capital  pernambucana. Não é para menos. Ao que parece, a cidade está entregue à bandidagem. Nós temos medo de sermos alvos de marginais ao sair de casa (e sofrer um assalto na rua) e, também, de ficar em casa (e ter o imóvel invadido ou arrombado). Talvez esse seja um dos motivos pelos quais tanta gente vem optando por morar nas alturas, em edifícios como os da foto acima, não é?

Na semana passada, fui à praia com uma amiga e ao levá-la em casa, no bairro da Tamarineira, a confusão estava grande no meio da rua. A residência tinha sido violada, o alarme da segurança privada disparou e o bandido fugiu, ainda a tempo de ser fotografado pelos vizinhos. Foi a sétima investida de marginais, em menos de dois anos, em um mesmo endereço. Quatro imóveis depois, uma moradora decidiu se mudar para um apartamento, depois de se defrontar com um estranho, ao seu lado, enquanto lia na rede do terraço. Na rua onde reside e do entorno, todos os moradores têm relatos de violência a contar, porém os responsáveis pelos crimes permanecem soltos, circulando e cometendo os mesmos desatinos, o que espalha a sensação de pânico na população. Há estabelecimentos comerciais que já passaram por três assaltos, enquanto alguns – como um salão de beleza – decidiu ir para um Empresarial. Não é de estranhar, portanto, que 67 por cento das pessoas ouvidas na pesquisa tenham dito que, se pudessem, deixariam a cidade e escolheriam uma outra para residir.

Além da insegurança – colocada em primeiro lugar, de forma disparada – outros setores mencionados entre os “principais problemas” da cidade são: saúde (42 por cento), transporte coletivo (17 por cento), geração de emprego e renda (10 por cento), enchentes e inundações (10 por cento), aumento da temperatura (9 por cento), habitação (8 por cento), saneamento básico (4 por cento), falta de áreas verdes (dois por cento). Nesses itens, o mais curioso é o baixo percentual apontado para o saneamento como um problema, mesmo sabendo-se que só cerca de 30 por cento da cidade conta com esse tipo de serviço. Ou seja, ter rios poluídos e esgotos escorrendo a céu aberto são fatos tão corriqueiros e comuns que estão banalizados. Tipo isso é assim mesmo…

Para a população do Recife, o maior problema da cidade é a falta de segurança. E a preventiva da PM?

A pesquisa foi feita pelo Instituto Cidades Sustentáveis em parceria como IPEC (Inteligência Pesquisa e Consultoria Estratégica), e realizada em dezembro de 2024, mas ouviu apenas 300 pessoas. Ou seja, uma pequena amostragem. Mesmo assim, é possível observar-se certas tendências. Entre os consultados, a percepção sobre a qualidade de vida “melhorou muito” para apenas 16 por cento. As instituições que melhor contribuem para essa melhora são o Prefeito (31 por cento) e a Prefeitura (24 por cento). Mas Igreja, governo federal, universidades, governo do estado, associações de bairros também são apontados como responsáveis por melhoras.

No quesito avaliação da gestão municipal, 47 por cento classificaram entre boa e ótima; 34 por cento como regular; e 17 por cento a apontam como ruim ou péssima. No entanto, mais de 60 por cento dos ouvidos reclamam da transparência, “pouca” ou “inexistente”. Outro dado que deve levar os políticos a pensar é a impopularidade da Câmara dos Vereadores. Apenas 12 por cento avaliam sua atuação como “boa”. O Palácio José Mariano também não aparece em boa posição, na pergunta sobre quais instituições contribuem para melhorar a qualidade de vida do recifense. A casa dos vereadores é citada por apenas dois por cento dos ouvidos, aparecendo em décimo quinto lugar no ranking, só perdendo para conselhos municipais (dois por cento) e partidos políticos (um por cento).

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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One comment

  1. A segurança é realmente um problema grave na nossa cidade e nada tem sido feito para ” melhorar”…
    Policiamento zero e quando ocorre um flagrante de roubo e assaltos os bandidos são soltos rapidamente.
    Nos grandes eventos como carnaval e festas juninas,a cobertura policial é intensa e ostensiva, afinal tem os turistas, as celebridades, os políticos participando e a imagem da cidade tem que ser preservada e divulgada como segura,acolhedora e hospitaleira.
    Mas o cidadão que paga( caro) seus impostos vive sem a menor segurança, a mercê da bandidagem que agem à luz do dia e à noite ,sem cerimônia e com total liberdade. A maioria,por sinal,conhecida pela polícia que sabe o nome e apelido de cada um.
    E as câmeras, afinal ,pra que servem? Se tudo está registrado ,filmado,fotografado e nada acontece?

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