O Governo de Pernambuco – através do Programa “Juntos pela Segurança” – divulgou informação segundo a qual a violência está caindo no estado. Pelo menos, foi assim no mês de novembro de 2024 que registrou uma redução de 19,3 por cento nos índices de Mortes Violentas Intencionais (MVIs). Seria, segundo a Secretaria de Defesa Social, o sétimo mês consecutivo de redução nos homicídios no estado. Tem mais. “Esse foi o melhor mês de novembro dos últimos 21 anos”, comemora o Palácio do Campo das Princesas. Em novembro de 2024, foram 239 mortes violentas, quase oito por dia. Mesmo assim, 57 a menos do que igual período de 2023.
No acumulado do ano, em relação a igual período de 2023, a redução na quantidade de homicídios é de 4,4 por cento. Se formos analisar os números absolutos, eles ainda não bastante altos: 3.150 homicídios (até novembro de 2024), o que também não é pouco. Em 2023, no entanto, a situação foi ainda pior: 3.295 no período. Sinceramente, não vejo ainda muito o que comemorar. Os números permanecem assustadores.
De acordo com relatório divulgado nessa terça-feira, também caiu o índice de crimes contra o patrimônio (furtos, roubos, assaltos). A redução de crimes contra o Patrimônio (CVPs) foi de 7,3 por cento em comparação a novembro de 2023. Foram 3.560 ocorrências (em novembro de 2024) contra 3.842 do mesmo período do ano anterior. Os destaques ficaram para a Zona da Mata (redução de 12,6%), e o Agreste (diminuição de 11,2%). Quando é analisado o acumulado do ano, os crimes patrimoniais diminuíram 3,1%, saindo de 42.044 (2023) para 40.757 (2024) ocorrências, entre janeiro e novembro. Os números também estão ainda são elevados, e cenas de furtos e assaltos são vistas diariamente em muitos bairros. Fazem parte do cotidiano do Recife. Sem esquecer que muitas pessoas não acreditam na polícia e nem queixa prestam contra os assaltos de que são vítimas, o que resulta sub notificação de furtos e assaltos.
Como vocês podem perceber, no quesito crimes contra o patrimônio, não se fala em redução nem na Região Metropolitana nem na capital. A pergunta é: os números aumentaram ou diminuíram nessa área tão conturbada do Estado? Porque a impressão que se tem é que no Grande Recife, a violência (inclusive furtos, roubos, ) só faz aumentar. Quantas pessoas você conhece que foram recentemente assaltadas? Quantas deixam de sair à noite ou não vão ao centro do Recife temendo assaltos à mão armada ou com armas brancas? Seria muito interessante um recorte dessa região e saber se a sensação de insegurança também foi reduzida ou se aumentou. A impressão que a gente tem é que o que ocorre é a segunda hipótese. Com cada cinco pessoas entre dez que converso, há confissões de sentimento de insegurança. E também reclamação de ausência de policiamento preventivo, nos bairros, nas praias, no centro do Recife, em bairros populares e sofisticados.
Segundo a SDS, outro significativo avanço foi registrado no número de celulares subtraídos, com uma redução de 11,1%. Em novembro de 2023, foram contabilizados 3.968 casos, enquanto no mesmo mês de 2024 o número caiu para 3.328, uma diferença de mais de 400 ocorrências. Também houve uma “importante redução” nos casos de roubo a coletivos, que diminuíram quase 12%, passando de 59 registros em novembro de 2023 para 52 em novembro de 2024.
Em todo caso, mesmo com redução, os números da segurança ainda preocupam. E muito. Os números de hoje foram comemorados pela Governadora Raquel Lyra. Vamos torcer para que, em 2025, possamos comemorar realmente um clima de paz, com todo mundo andando tranquilamente nas ruas.
Nos links abaixo, mais números e informações sobre segurança em Pernambuco.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Secom / PE
Pois é, muito estranho esses índices. Será? A sensação é o contrário. O que me parece é uma subnotificacão. Ser assaltado já virou rotina e não fazem o BO, dizendo, isso não vai dar em nada. Acho que é por aí. Vamos aguardar
Não acredito de forma alguma nesses números. Não dá pra confiar,pois não refletem a realidade.
A insegurança é total,falta policiamento nas ruas e ações preventivas.
Segurança zero.
Quem anda pelas ruas da cidade sabe da real situação