Violência policial derruba Secretário de Defesa Social e Comando da PM

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A operação desastrada e violenta da Polícia Militar de Pernambuco, ao disparar balas de borracha e spray de pimenta contra uma manifestação pacífica, no último sábado, já provocou duas baixas nos comandos da Polícia Civil e da Militar. O Secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, não responde mais pela SDS. Segundo o Palácio do Campo das Princesas, ele colocou o cargo à disposição, nessa sexta-feira (4/6). A SDS já tem novo chefe: Humberto Freire, que respondia pela Secretaria Executiva da Pasta.

Pela manhã, o governador Paulo Câmara (PSB)  já havia empossado o coronel Roberto Santana como novo comandante da Polícia Militar, em substituição ao coronel Vanildo Maranhão. A ação arbitrária da PM chocou o Brasil, pois naquele sábado, houve protestos contra o Presidente Jair Bolsonaro em todo o país. Mas violência polícial, só no Recife. Durante o protesto, dois homens foram feridos no rosto com balas de borracha, e perderam parte da visão.  Eles não participavam do ato. E uma vereadora, Liana Cirne (PT), sofreu ataque de spray de pimenta no rosto.  O descalabro foi tão grande, que na quinta-feira chegou a ser denunciado a organismos internacionais por entidades que trabalham em defesa dos direitos humanos. Para completar, teve militar nas redes sociais elogiando a ação desastrosa da PM, como se a violência sem motivo fosse a ação correta. Um deles chegou a chamar a petista de “palhaça”. Ou seja, atos de total insubordinação e desrespeito aos direitos humanos.

Além dos excessos cometido pelo Batalhão de Choque – até hoje sem autoria definida – outro problema chocou a opinião pública, pois mesmo diante da gravidade de um dos feridos, uma viatura da Rádio Patrulha que passava no local teve postura de total indiferença à desgraça alheia. Não tomou nenhuma iniciativa para socorrê-lo, nem mesmo para chamar o Samu.

Testemunhas também afirmam que o Batalhão de Choque fez disparos a esmo, atingindo até telhado e janelas de imóveis próximas ao local do descalabro. “Quero agradecer ao secretário Pádua por todo o seu trabalho em defesa do Pacto pela Vida nesses quatro anos, e ressaltar que a missão dada ao secretário Freire e ao comandante Roberto é que o episódio do último sábado não seja esquecido, para que nunca se repita. Os protocolos precisam ser revistos para que um comando de tropa na rua não possa se sentir autônomo a ponto de agir da maneira que agiu”, afirmou o governador. O delegado da Polícia Federal Antônio de Pádua estava à frente da Secretaria de Defesa Social desde  julho de 2017. O secretário interino Humberto Freire também é delegado federal e fazia parte da equipe de Pádua desde o início da gestão dele.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Redes sociais

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