Caso Deolane: A vida de luxo de “influencers” e alvos da polícia

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Sinceramente,  depois das redes sociais, todo mundo virou “influencer”. Basta postar roupas bonitas, fotos com pouca roupa , mostrar riqueza e uma vida de luxo, e os personagens transforma-se logo em “influencer”. Ditam modas, costumes, vendem produtos, ficam milionários. Viram “reis” e “rainhas” da Internet. De repente, a casa cai. O caso da influencer pernambucana  Deolane Bezerra, que foi presa na manhã de hoje em operação policial é apenas mais um caso, entre os que a crônica policial tem mostrado com fartura.

Deolane tem 20 milhões de seguidores, e está sendo investigada por esquema milionário de lavagem de dinheiro. Ela é um dos alvos da Operação Integration, conduzida pela Polícia Civil de Pernambuco que envolve inclusive empresas de apostas. A Operação acontece, também, em outros estados brasileiros:  Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Paraíba, Minas Gerais. Segundo o Delegado Renato Rocha, a quadrilha atuava em jogos legalizados, mas sobretudo em ilegais. Depois, lavava o dinheiro. A 12ª Vara Criminal da Comarca do Recife já havia decretado o sequestro de R$ 2,1 bilhões dos envolvidos no esquema, em dinheiro, carros de luxo, helicóptero, iates. Hoje foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão nos cinco estados.

O policial acha que os valores dos bens apreendidos pode ser bem maior. Até mesmo um avião do cantor Gusttavo Lima está entre estes, mas ainda não foi explicada qual seria participação do artista no esquema. O delegado encarregado do inquérito preferiu não especificar a participação dos envolvidos no esquema criminoso que, para ser desbaratado, contou com ajuda da Interpol e das polícias civis dos estados onde o grupo tinha ramificações.  Uma das empresas investigadas é a “Esportes da Sorte”. Deolane  e empresa afirmam que vai provar que são inocentes.

Há algum tempo, venho observando como tem sido comum o envolvimento de influenciadores digitais em operações escusas, que terminam na polícia. O caso Deolane é apenas mais um, entre os influencers investigados pelos órgãos de segurança. No  parágrafo abaixo, alguns casos recentes, selecionados como exemplos pelo #OxeRecife. Afinal, onde termina o papel de influencer e começa o de investigado pela polícia, de suspeito de prática de crimes iludindo e  lesando milhões de pessoas, no caso os “influenced people” (pessoas influenciadas)?

Só para lembrar, aqui, alguns influencers que tiveram problema com a polícia recentemente: 1- Paulinha Ferreira, alagoana, ex-frentista, foi presa em condomínio de luxo juntamente com o marido, por envolvimento no jogo do Tigrinho. É suspeita de golpe financeiro; 2- Igor Viana foi parar na polícia por desrespeito à própria filha com paralisia cerebral, que ele costumava ridicularizar nas redes; 3- Nego Di, acusado de dar golpe milionário de R$ 5 milhões por estelionato, pois anunciava produtos em loja “virtual”, mas os consumidores ficavam a ver navios; 4- Vítor Vieira Belarmino atropelou e matou um homem no Recreio dos Bandeirantes (RJ) na sua BMW, não prestou socorro e fugiu. 5- Luiz Guilherme de Souza (Gui Polêmico), Samuel Bastos de Almeida (Almeida do Grau), Nathanael Cauã Almeida de Souza (Chefin), acusados de dar golpe de R$ 15 milhões em rifas virtuais, cujos prêmios não eram entregues; 6 – Pablo Marçal, atual candidato à Prefeitura de São Paulo que além de envolvimentos outros, com a polícia, levou cem 30 para a Serra da Mantiqueira para uma experiência de vida na Serra da Mantiqueira. Elas tiveram que ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Na ocasião,  “coach” e influenciador se orgulhava de ter 2 milhões de seguidores no Instagram e o Corpo de Bombeiros criticou a “falta de responsabilidade; 7- No Recife, influenciador MC Thammy, organizou um reality com a participação de dois outros influencers (Artur Braz e Teus Neiff), para ver quem ficava mais tempo com os pés em um balde de gelo com sal grosso. A prova ao vivo terminou no hospital, com queimaduras e ferimentos nas vítimas. Vítimas, aliás, deles mesmos.

Ou seja, vive-se um tempo em que as pessoas fazem de tudo por um clique, em que a busca desenfreada pelo vil metal  também pode acabar mal.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Redes sociais

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3 comments

  1. Desconfio de todas essas pessoas ligadas às Bet’s e esses jogos virtuais, Letícia. É muito dinheiro envolvido em jogos de azar. Como o próprio nome já diz (azar), as pessoas já ertram perdendo e pra se viciar é um pulo. Infelizmente as classes menos privilegiadas são as que mais perdem. Certo mesmo está o Eduardo Moreira, ex-banqueiro que mudou radicalmente a sua visão de mundo e atualmente está a frente do Instituto Conhecimento Liberta – ICL, que faz uma campanha nacional contra as chamadas Bet’s e jogos virtuais. Ele e a família vem sofrendo ameaças de morte, mas ele já disse que não vai arredar o pé.

  2. Eu fico estarrecida com essa onda de “influencers” dominando as redes sociais e ,pior, como as pessoas se deixam influenciar por essas criaturas que nada têm a acrescentar exceto futilidades , pois no geral são vazias,levianas e mal educadas. Além do mais são péssimo exemplo para os jovens,porque estimulam a busca de dinheiro e prestígio a qualquer custo e aí mora o perigo…

  3. Para mim esses assuntos escabrosos envolvendo os chamados influenciadores, retrata o baixo grau de cultura do povo. Quem tem alguma bagagem cultural não perde tempo nas redes sociais seguindo esse e aquele outro. E os influenciadores por sua vez, comportam-se como os políticos, melhor dizendo, roubam como estes ao serem alçados aos postos almejados. Dito isso, a lavagem de dinheiro praticada por influenciadores é a mesma lavagem de dinheiro praticada pelos políticos. A diferença é que, por terem costas quentes e apoio dos seus pares, os políticos acabam levando a melhor.

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