Diariamente, a crônica policial mostra a ocorrência de feminicídios em Pernambuco. Mas de acordo com o Governo do Estado, esse tipo de crime sofreu uma redução de 72.7 por cento no mês de setembro, em comparação com o mesmo período de 2023. “Essa redução no número de feminicídios registrados no mês passado mostra o compromisso das forças de segurança do Estado na proteção de todas as pernambucanas, de todas as regiões. Não podemos admitir que mais nenhuma filha deste chão seja assassinada pelo fato de ser mulher”, afirmou a Governadora Raquel Lyra (PSDB), ao divulgar os números.
Estranho que a SDS não tenha divulgado o total de registros de violência doméstica. Como se sabe, os números são assustadores em Pernambuco. Relatório divulgado anteriormente pelo Governo Federal, com base no 180, mostra que entre janeiro e julho de 2024, foram feitas 3.072 denúncias. Ou seja, 438,8 por mês, 14,6 por dia. Detalhe: só naquele canal. Não foram computados, por exemplo, as queixas na Polícia Militar. Os números indicam que nos primeiros sete meses de 2024, houve um aumento de 37,4 por cento nas denúncias de violência doméstica em relação a igual período de 2023. Das denúncias, 58 por cento foram realizadas pela própria vítima, e 42 por cento por terceiros. E 49,2 por cento ocorreram em cada. Pretas e pardas estão entre as vítimas mais frequentes: 57,9 por cento do total. A pergunta é: por que dados de violência doméstica não constam no relatório de setembro de 2024?
“A prioridade do Juntos pela Segurança é devolver a paz social que durante muito tempo foi retirada dos cidadãos e cidadãs dessa terra. O trabalho está apenas começando”, complementou. Em setembro de 2023 foram contabilizados onze feminicídios em Pernambuco. Em setembro de 2024 esse número caiu para três, segundo informa a Secretaria de Defesa Social. No início de outubro, a governadora Raquel Lyra já havia anunciado a redução em 19,3% no número de Mortes Violentas Intencionais (MVIs) também em setembro, o quinto mês consecutivo de diminuição do indicador em 2024. Os casos de MVI passaram de 321 em 2023 para 259 em setembro de 2024. Mesmo assim, esse também é um número alto de homicídios para um período de 30 dias, não acham?
Outros números foram divulgados hoje. Em setembro, os crimes de roubos de cargas, coletivos e veículos tiveram queda de 26,5%, 21,8% e 7,1%, respectivamente, quando comparado ao nono mês do ano passado. Além disso, os celulares subtraídos tiveram uma redução de 4,7%. Os dados da Gerência Geral de Análise Criminal e Estatística (GGACE) revelam, ainda, que o mês de setembro de 2024 registrou 3.463 casos de Crimes Violentos Patrimoniais (CVPs), “sendo o melhor setembro dos últimos dez anos neste indicador”. Convenhamos, 3.463 não é um número pequeno. Até porque a sensação de insegurança ainda é muito grande nas ruas.
Mas segundo a SDS, o mês pior, para esse tipo de crime, ocorreu em 2016, com o setembro com o maior número de CVPs da série histórica, registrando 9.941 roubos. Os roubos de cargas diminuíram de 34 (set/2023) casos para 25 (set/2024) registros. Os roubos a coletivos reduziram de 55 (set/2023) para 43 (set/2024) ocorrências. No mesmo período, os roubos de veículos diminuíram de 1.033 (set/2023) casos para 959 (set/2024), destacando-se que, do total de veículos subtraídos, 673 veículos foram recuperados, o que equivale a 44,6%. Ainda em setembro deste ano, 4.235 celulares foram furtados e roubados contra 4.444 (set/2023). As forças de segurança recuperaram 8.807 aparelhos nos primeiros nove meses de 2024.
De acordo com a SDS, as forças de segurança do Estado também prenderam 2.614 pessoas em flagrante delito no último mês, entre suspeitos de homicídios, roubos, violência doméstica e tráfico de entorpecentes. Além disso, 451 armas foram apreendidas. Esses resultados estão ligados, em grande medida, à atuação coordenada e integrada da Força-Tarefa (FT) Crimes Patrimoniais, criada em dezembro do ano passado, com o objetivo de intensificar o combate a esses tipos de delitos em todo o Estado. Desde seu lançamento, a FT tem se concentrado em áreas estratégicas, resultando em redução nos índices.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Miguel Igreja / Acervo #OxeRecife