Posse de Lula com multidão, emoção, ovação e excesso de público nas ruas. Viva o Brasil sem ódio!

No final do ano passado, um amigo me convidou para viajar a Brasília, em 2023, para assistir à posse do Presidente Lula, com um grupo de outros amigos, residentes no Recife, Salvador e Distrito Federal.  Declinei do convite, por achar que a cerimônia não seria revestida de tanta emoção, quanto a de 2003, à qual estive presente fazendo a cobertura, como repórter do jornal O Globo, do qual era correspondente no Nordeste. Afinal, era a primeira vez que em um Brasil de política sempre protagonizada por representantes das elites, teria um presidente de origem pobre, cuja família fugiu da seca como levas de nordestinos que no século passado deixavam o Sertão, tangidos pela sede e pela fome.

Muito castigados na gestão Jair Bolsonaro, povos originários fazem cortejo na festa de posse de Lula

Realmente, naquele ano, foi muita emoção. E o meu trabalho começou bem longe de Brasília, onde os chefes de estado – inclusive Fidel Castro – não paravam de chegar. O meu trabalho começou em Garanhuns, de onde saiu um ônibus velho, com poltronas com zero conforto, a bordo do qual viajavam primos de Lula, residentes no município de Caetés, onde fica o sítio onde Lula nasceu. É que Caetés, hoje uma cidade independente, na infância de Lula era um distrito de Garanhuns, que fica a 230 quilômetros do Recife.

Foi uma viagem de 1904 quilômetros, junto com parentes lavradores de Lula, que nunca tinham pisado antes em Brasília. Lembro-me que na estrada parávamos em bares e restaurantes para as refeições e que um primo de Lula, Cazuza, reclamava dos preços das coxinhas de galinha (salgadinho) que, àquela  época, não eram mais de um real. Emoção, mesmo, foi ver esse pessoal, tão humilde, sendo tratado em Brasília, como reis. Onde chegavam, era reverenciados por servidores públicos, em locais visitados antes do dia da posse, como a Câmara dos Deputados, o Senado, Catedral e alguns outros pontos turísticos da cidade, que não lembro quais.

Logo cedo, cortejos de afrodescendentes e bonecos gigantes chegaram à concentração da posse de Lula

Lembro, também, que a caravana de parentes era grande e que o cerimonial não havia destinado vagas para tanta gente, na cerimônia de posse. Até porque os parentes não tinham guarda roupa compatível com o protocolo exigido pela cerimônia. À véspera da posse, Lula chamou um dos primos para lhe comprar um terno, para que ele representasse todos os seus parentes na festa. Assim foi feito. Lembro-me, também, que o grupo chegou bem pertinho de Fidel Castro, então “comandante em chefe” de Cuba, enquanto este conversava com o ex-Ministro Armando Monteiro Filho (já falecido). E Fidel apareceu na porta do hotel em que estava hospedado, para cumprimentar os parentes de Lula.

Quanto ao convite para 2023, já vi que estava enganada. A emoção do retorno de Lula está imensa. Amigos que lá estão dão conta das primeiras cenas da festa, quando cortejos de afro descendentes e de povos originários fizeram um desfile pelas ruas de Brasília. De Pernambuco, o Dragão do Bloco Eu acho é pouco, para comemorar a democracia e o fim da política do ódio, que por quatro anos emanava do Planalto. Que bom que o Dragão da festa acusa o fim de uma era, a do dragão da maldade, que fugiu para Miami antes de concluir o mandato, em avião oficial. Ou seja, com viagem internacional bancada com o seu, o meu, o nosso dinheiro. Sucesso para Lula, sucesso para a democracia, sucesso para a sensatez, para a diplomacia, para  o fortalecimento das redes de proteção social e ambiental do Brasil. Feliz 2023 com a democracia cada vez mais forte e que o amor tome o lugar do ódio que marcou o governo de Jair Bolsonaro, a besta fera que fugiu do Brasil antes de concluir o mandato.

Veja vídeo da presença de Pernambuco na posse de Lula, com o Bloco “Eu acho é pouco” e bonecos gigantes

Muita emoção, na passagem da faixa presidencial, cerimônia que o ex-capitão se recusou a participar, e que é o símbolo da democracia. Ele achava, com certeza, que um presidente eleito sem receber a faixa daria a impressão de um líder desvalido.  O tiro saiu pela culatra. Lula subiu a rampa com representantes do povo brasileiro: negros, índios, catadores, pessoas da periferia. Até a cadelinha Resistência subiu a rampa também. Foi gente chorando para todo lado. Inclusive no calor do lar, assistindo a cerimônia de posse à distância. Os semeadores do ódio devem estar chorando também… de frustração e revolta, diante de uma festa tão bonita, tão popular, tão sincera, tão cheia de intenções democráticas.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: redes sociais

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