População em situação de rua pode ganhar “Pão e Letra”: alfabetização e profissionalização

Mais do que necessário. Parceria entre a Prefeitura do Recife e a Universidade Federal Rural de Pernambuco pode resultar em melhoria para a população em situação de rua, entre a qual o índice de analfabetismo chega a 22 por cento. São quase 2 mil homens, mulheres, crianças que não sabem ler nem escrever. E entre os que interromperam os estudos nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o percentual chega a 32 por cento.  Por esse motivo, as duas instituições se uniram para viabilizar o programa de letramento “Pão e Letra”, através do qual cada matriculado irá receber bolsas de estudos de R$ 200 a R$ 600.

A iniciativa é da Secretária de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas, leia-se Ana Rita Suassuna. O projeto encontra-se ainda em tramitação na Câmara de Vereadores do Recife, e esperamos que uma matéria dessa natureza una situação e oposição, em defesa do bem daqueles que vivem em situação de completa vulnerabilidade social. O Programa “Pão e Letra” consiste em conceder bolsas de estudos à pessoa em situação de rua selecionada para participar de programas de escolarização ou qualificação profissional.

Pessoas sem teto que perambulam pelo Recife podem ser beneficiados com “Pão e Letra”

“O objetivo da bolsa de estudos é ser um suporte material para que este segmento populacional retorne à sala de aula e seja incentivada a dar continuidade aos estudos. O valor da bolsa varia conforme o participante esteja inserido no programa de escolarização ou de qualificação profissional. Enquanto participante do programa de escolarização, a bolsa varia conforme as modalidades de Iniciante, Estudante ou Multiplicador”, informa a Prefeitura.

Para participar da seleção do Programa “Pão e Letra”, a pessoa em situação de rua deverá já ser usuária dos serviços municipais da assistência social voltados para essa população, que são o Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas), os Centros Pop, as casas de acolhimento institucional e o Abrigo Noturno Irmã Dulce. Além disso, é preciso ter mais que 18 anos e possuir ou ter dado entrada na solicitação de documentos de identificação. O programa também prevê que as bolsas concedidas busquem contemplar pessoas com deficiência (PCD), autodeclaradas negras e mulheres, cisgênero e transgênero, estabelecendo percentuais mínimos de preenchimento. O #OxeRecife espera que o “Pão e Letra” dê certo. O mínimo que os invisíveis dos invisíveis têm direito é o acesso à cidadania, para que possam alcançar uma vida digna longe da marginalidade.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Sérgio Bernardo e Eudes Régis / Exposição Retratos dos Visíveis / PCR

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