Mais um equipamento cultural a funcionar no Pátio de São Pedro que precisava mesmo de uma injeção de animação. A Fundação de Cultura da Cidade do Recife informa que está reabrindo o Museu de Arte Popular (MAP), instalado no número 49 e que recebe o público a partir das 15h da sexta-feira. O MAP foi requalificado, ganhou intervenções em forro e paredes (para corrigir infiltrações), climatização e iluminação. Mas o projeto original, executado na década de 1980 pela arquiteta Janete Costa (1932-2008) foi mantido.
O Museu de Arte Popular foi inaugurado em junho de 1986, com acervo oriundo da Galeria Nega Fulô e do extinto Clube Bandepe, reunindo, já àquela altura, obras de grandes artistas, como Manoel Eudócio e Mestre Vitalino e família (Caruaru, Agreste); Mestre Nuca e Severina Batista (Tracunhaém, Zona da Mata); e Ana das Carrancas (Petrolina, Sertão). A Nega Fulô foi uma galeria pioneira na valorização do artesanato em Pernambuco. Sua fundadora, Sílvia Coimbra, que há 42 anos chegou a lançar o livro “O Reinado da Lua”, publicação que funcionou como um inventário do artesanato produzido por “escultores populares do Nordeste”, incluindo os de Pernambuco.

O acervo do MAP é formado, em sua quase totalidade, por esculturas em barro e madeira, com algumas peças também em tecido. Tem como missão promover ações que permitam a preservação da memória da arte popular nordestina, através de exposições, seminários, oficinas e cursos, a fim de estimular a valorização da arte dita popular. O MAP funcionará de terça a sexta-feira, das 9h às 16h. E aos domingos, das 13h às 16h.
O MAP é a sexta entrega do Movimento de Valorização dos Equipamentos Culturais – Move Cultura, definido como prioridade da nova política cultural implementada no Recife, para assegurar espaços de fomento, salvaguarda e experimentação da cultura. Na reabertura, estará em cartaz no museu a exposição “Tapirurama, Gerações do Massapê”, que apresenta ao público recifense novos nomes da arte popular nordestina, promovendo o diálogo entre diferentes gerações de artistas ceramistas, que tradicionalmente transmitem seu ofício “de pai para filho”.
Com curadoria do arquiteto J. Melo, a mostra conta histórias de vidas inscritas no barro, na madeira e no imaginário do povo de Tracunhaém, reconhecido nascedouro artístico pernambucano e nordestino. A exposição terá longa duração, ficando em cartaz por um ano, com acessibilidade garantida: piso tátil e acompanhamento de guia durante a visita para pessoas cegas. Neste período, haverá substituições de peças de artistas que fazem parte do acervo do museu, para assegurar a diversidade da amostra apresentada ao público.
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife