Cine PE: “No caminho encontrei o vento”, a face ruim das usinas eólicas

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Nem todo que reluz é ouro. Antes tidas como uma fonte renovável de energia e de renda a mais,  talvez até a principal para pequenos agricultores do interior do Nordeste – que passaram a alugar terrenos para instalação de turbinas eólicas – os grandes e modernos moinhos de vento, no entanto, se revelaram grandes pesadelos para a maioria dos produtores que decidiram optar por esse tipo de conforto financeiro.

É que eles passaram a ser incomodados e até a perder o direito o sono com a grande poluição sonora provocada pelas gigantescas máquinas, que deveriam ser instaladas a quilômetros de distância dos moradores de áreas rurais, o que não vem acontecendo. Esse desconforto e o impacto provocado pelas usinas eólicas é o tema abordado no filme  “No caminho encontrei o vento”, que será exibido às 19h dessa segunda-feira (10/6), no Cine Teatro do Parque, durante o Festival Cine PE.

Longa ” No Caminho encontrei o Vento” questiona o desconforto provocado por turbinas eólicas l

O longa foi filmado em terras pernambucanas, entre Saloá e Paranatama, municípios localizados na região Agreste. Embora seja uma ficção, o filme retrata de perto o drama da antes pacata população da área rural daquela região, onde muitas famílias têm sido, também, tangidas pela especulação imobiliária. Já estive no Agreste, em áreas onde há muitos moinhos de vento, e percebi que empresas de energia eólica estavam preocupadas em mostrar o trabalho social ali desenvolvido. Talvez para encobrir problemas provocados como o barulho. Havia assistência educacional, técnica, aulas de agricultura orgânica, compostagem, abastecimento d´água, etc.

O filme  é dirigido e estrelado pelo ator Alexandre Guimarães, com elenco pernambucano. Ao longo de 70 minutos, a obra acompanha o drama de um personagem que, ao receber uma casa de herança deixada por um pai (que ele não conheceu), enfrenta o desafio de passar o imóvel adiante. É que o sítio é localizado próximo às usinas eólicas o que gera desconforto para o comprador. Tudo acontece em meio a um mergulho em busca das próprias origens do protagonista. Diz Alexandre, cuja família mora nas áreas onde o filme foi rodado:

“Esta produção audiovisual vem colaborar com o debate real que o Brasil e o mundo vêm refletindo nos últimos tempos sobre a importância de preservar o nosso meio ambiente. Eu pude estar nas duas cidades pernambucanas, e presenciei, a partir dos diálogos com moradores da região e durantes as gravações, como a chegada das usinas trouxeram não apenas alterações na paisagem, mas também uma série de questões que afetam diretamente a convivência e a coesão social dessas comunidades” desabafa o ator, Alexandre Guimarães, cuja família vive na zona rural das duas cidades onde o filme foi gravado. 

O longa, gravado em apenas 14 dias, é uma coprodução independente e com recursos próprios. Tem classificação indicativa a partir dos 12 anos. O acesso é gratuito, mas o público precisa chegar uma hora antes para retirar os ingressos na bilheteria do Teatro do Parque, que fica na Rua do Hospício, 81, bairro da Boa Vista.  Nos links abaixo, você confere mais informações sobre cinema

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Serviço:
O quê: No caminho encontrei o vento, longa-metragem sobre os efeitos de usinas eólicas estreia no Cine-PE 2024
Quando: Segunda-feira, dia 10 de junho
Horário: 19h
Onde: Cineteatro do Parque, localizado na rua do Hospício, nº 81 – bairro da Boa Vista, no Recife.
Ingressos: A mostra é gratuita, mas é preciso chegar cedo para retirada das pulseiras que darão acesso à platéia.

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divlgação

One comment

  1. Deve ser muito interessante Letícia! Na região da terra natal do meu pai, Tacaratu, tem bastante torres eólicas, e lá, nas que ficam próximas a área urbana, tudo mundo reclama do barulho ensurdecedor! Obrigado por divulgar o tema.

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