À véspera da virada do ano, o #OxeRecife faz questão de publicar notícias boas. E nada melhor do que divulgar ações contra a fome. Ou, pelo menos, apresentar resultados de esforços para garantir a segurança alimentar. E em Pernambuco temos duas boas informações. Uma na esfera estadual (cozinhas comunitárias). Outra na esfera do poder municipal, no Recife (hortas urbanas). É que o Palácio do Campo das Princesas informa que atingiu a marca de 10 milhões de refeições servidas em cozinhas comunitárias, ao longo de dois anos. Já no Recife, a Secretaria de Agricultura Urbana diz ter atingido 40 mil pessoas na cidade.
Segundo balanço divulgado pelo governo estadual, o marco de 10 milhões (de refeições) foi atingido na última quinta-feira (26), com a inauguração de equipamento de Ibirajuba, no Agreste Central. Na sexta (27), duas outras cozinhas foram abertas: em Lagoa Grande (Sertão do São Francisco) e Araripina (no Sertão do Araripe). As cozinhas comunitárias fazem parte do Programa Bom Prato, um dos módulos do Pernambuco Sem Fome, e são monitoradas e apoiadas tecnicamente pela Secretaria de Assistência Social, Combate à Fome e Política sobre Drogas “para garantir a excelência na execução dos serviços prestados”.
“O combate à insegurança alimentar e nutricional tem sido uma das prioridades do nosso governo. Essa marca reflete nosso compromisso em garantir alimentação de qualidade para a população em situação de vulnerabilidade, proporcionando não apenas refeições, mas também dignidade e esperança para aqueles que mais precisam”, destaca a governadora Raquel Lyra. Bom lembrar que a cozinha do Palácio do Campo das Princesas vem sendo abastecida com produtos da agricultura familiar. Até o momento, são 177 as cozinhas comunitárias em funcionamento no Estado (somando com as implantadas em gestões anteriores).
E por falar em produção de alimentos e combate à fome, outra coisa interessante. É que a Secretaria Executiva de Agricultura Urbana do Recife está encerrando o ano com um saldo positivo, se verdadeiros os números divulgados pela própria SEAU. É que 2024 fechou com ações que beneficiaram 40 mil pessoas em comunidades do Recife, com 70 hortas implantadas (foto central). Não foi divulgado o número de hortas consumadas nos três primeiros anos da gestão João Campos. Então, não sabemos qual o total funcionando principalmente em áreas carentes.
De acordo com o relatório produzido pela própria SEAU, em 2024 foram instaladas 70 hortas: em escolas e creches (30), em unidades de saúde (quinze), comunitárias (onze), institucionais (oito) e em terreiros (seis), que podem ser usadas como instrumento pedagógico, terapêutico, sagrado. Técnicos da SEAU realizaram mil visitas para suporte técnico, além de entregar 53 caminhões de podas trituradas e dez toneladas de esterco, além de distribuir 12.500 mudas de espécies diversas. No período, foram coletados 138 toneladas de resíduos (para produção de 76 toneladas de adubo orgânico), realizadas 50 parcerias e 24 mutirões, entre outras iniciativas. A SEAU afirma estar promovendo acesso a alimentos saudáveis, plantas medicinais, árvores e flores.
Vamos torcer para que em 2025, haja uma “epidemia” de oferta de empregos no estado e na cidade, e que não nos defrontemos com situações como as vistas em 2024, com pessoas famélicas levantando cartazes com a frase “Tou com fome” (fato antes comum apenas no Sertão, em época de seca extrema e em que não havia redes oficiais de proteção social). Tomara que no próximo ano, também não vejamos mais pessoas catando detritos no lixo para comer, nem dormindo em praças e calçadas. Por um 2025 sem fome, sem miséria, com teto para todos.
Na foto abaixo, hortaliças coletadas em comunidade do Recife. E, nos links, informações sobre ações de combate à fome em Pernambuco e no Recife.
Leia também
Combate à fome: cozinhas comunitárias servem 726 mil refeições por mês
Pela primeira vez agricultura familiar é quem abastece a cozinha do Palácio das Princesas
Brasil sai da vanguarda dos retrocessos, e fome cai, mas é grande ainda
Programa fortalece agricultura familiar e ajuda a combater a fome de população carente
Fome só faz se agravar. E o Recife?
Fantasma da fome virou pesadelo real
A fome e a segurança alimentar em debate
Sete de Setembro vira dia de mobilização por direito à água e combate à fome
Como colaborar para reduzir a fome entre os povos amazônicos
Programa fortalece a agricultura familiar e ajuda a combater a fome
Retrato da fome na Avenida Conde da Boa Vista
Governadora Raquel Lyra marca presença no Agreste: combate à fome
Reforço para pequenos produtores
Thiago Lucas: Entre a geografia da fome e Morte e Vida Severina
Coronavírus traz fantasma da fome
O alerta da pandemia: “Estou com fome”
Entre a cidadania e o retrocesso: Vacina no braço comida no prato
Ceará: comida para quem tem fome
Pandemia: a fome tem pressa
Fome, tortura, veneno e maniqueísmo
FPE: A despedida da vida no lixão
Adultos e crianças: A vida no lixão
Fome no Brasil é uma grande mentira?
Ação contra a fome no metrô
Ação de cidadania para Natal sem fome
População de rua cresce na pandemia
População de rua e restaurante popular
Por um Recife com igualdade social e ruas sem lixo
Quitinete para morador de rua
Vida na rua, praça, rede e droga
População de rua ganha banhos e conserto de bicicleta
Pobre Recife. Será que isso vai mudar?
A voz do eleitor: Quero um Recife onde pobre não seja tratado como animal
Brechó: Casas para a Entra Apulso
Projeto Ação prepara Festa natalina
Palafitas vão ganhar live a partir de barco: “O rio vai pegar fogo”
Vem mais veneno por aí nos alimentos
Hortas urbanas: escola pública de agroecologia comemora fim de curso
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Secom PE e PCR / Divulgação
É sempre bom saber que algo está sendo feito para matar a fome do povo, no caso, a fome dos nossos irmãos pernambucanos. Governadora e prefeito cada um fazendo a sua parte. Esperamos que os dados fornecidos a jornalista pelos órgãos competentes correspondam a realidade e que o número de pessoas beneficiadas dobre, não permaneça no que está.