Taxa de desmatamento na Amazônia tem aumento de quase 60 por cento no governo Bolsonaro

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Tristeza pura. Mas felizmente a “boiada” não vai ficar. Pois nunca, antes, na história do Brasil, houve um Presidente tão inimigo da natureza, como Jair Bolsonaro, que encerra sua gestão no próximo dia 31 de dezembro com a marca do desmantelamento dos órgãos de proteção ambiental e os danos ao nosso patrimônio verde. A liberação da “boiada” e a “tolerância” com atividades criminosas de garimpeiros e madeireiros ilegais mostram agora um triste saldo: aumento de 59,5 por cento na taxa de desmatamento na Amazônia, em relação aos quatro anos anteriores (governos Dilma Rousseff e  Michel Temer).

É, somente, a maior alta percentual em um mantado presidencial, desde o início das medições por Satélite, em 1988. Bolsonaro superou até mesmo o aumento visto no primeiro governo FHC, quando o forte aquecimento da economia no início do Plano Real causou o maior desmatamento da série histórica, de 29 mil km2, em 1995.

Haja motosserra insana e arboricídios Hoje o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgou a estimativa para o ano de 2022: 11.568 km2 devastados, área equivalente à da Jamaica. Apesar da queda de 11% em relação a 2021, há 13 anos não era registrada uma taxa tão alta nos nove Estados da Amazônia Legal. A média anual sob Bolsonaro foi de 11.396 km2, contra 7.145 km2 no período anterior (2015-2018).  “O regime Bolsonaro foi uma máquina de destruir florestas. Pegou o país com uma taxa de 7.500 km2 de desmatamento na Amazônia e o está entregando com 11.500 km2. A única boa notíca do governo atual é o seu fim”, afirma Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

Amazônia esteve em risco durante os quatro anos da gestão Bolsonaro. Os números confirmam a tragédia

A taxa divulgada nesta quarta-feira é do sistema Prodes, que calcula o dado oficial de desmatamento a cada 12 meses (medidos sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte). Um outro sistema do Inpe, o Deter, que vigia as motosserras em tempo quase real, produz dados de alertas de desmatamento para orientar a fiscalização (que ficou essencialmente inoperante neste governo). De janeiro a meados de novembro a área de alertas já é 9% maior do que em todos os 12 meses do ano de 2019, então recordista da série do Deter. Os dados do Deter de agosto a outubro, que comporão a série de 2023, mostram um aumento de 45% na área de alertas em relação a igual período do ano passado. É também o recorde da série histórica iniciada em 2015.

Ou seja, uma situação preocupante, no pulmão do mundo. “Os números recentes do Deter indicam que a devastação continua fora de controle. Jair Bolsonaro deixará para seu sucessor uma herança maldita de desmatamento em alta e uma Amazônia conflagrada. Se quiser ver os números de destruição florestal diminuírem em 2023, Lula terá que ter tolerância zero com o crime ambiental desde o primeiro dia de seu governo. E isso inclui responsabilizar judicialmente aqueles que sabotaram a governança ambiental no país enquanto ocuparam o governo nos últimos quatro anos “, afirma Astrini. Aqui em Pernambuco, o nosso #OxeRecife permanece com a sua campanha #paremdederrubarárvores. E ela vale tanto para as árvores urbanas, quanto para as nossas florestas.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Greenpeace e Nesc / Acervo #OxeRecife

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