Subida da rampa: “Mesmo longe de Brasília, me senti representado. Somos povo de novo no poder”

A  posse do Presidente Lula, no domingo, teve muitos momentos marcados pela emoção, inclusive os discursos, o calor do público, as cerimônias revestidas de tanto simbolismo. Mas houve uma  passagem em que muita gente chorou. Inclusive as pessoas que assistiam a cerimônia à distância, na intimidade do lar. Foi aquela em que o Presidente subiu a rampa acompanhado de pessoas que, como ele, representam o povo e que vivem à margem das chamadas elites do Brasil.

Além da cadelinha Resistência, subiram a rampa junto como Presidente e o seu vice, pessoas como um indígena (Raoni Metuktire), um artesão (Flávio Pereira), um metalúrgico (Weslley Rodrigues), um deficiente físico e influencer (Ivan Baron), um professor (Murilo dos Quadros Jesus), um menino negro e atleta (Francisco Carlos do Nascimento), uma cozinheira (Jucimara Fausto dos Santos) e uma catadora (Aline Souza). Esta, aliás, foi quem colocou em Lula a faixa presidencial, ritual que deveria ter sido cumprido por Jair Bolsonaro, que se recusa a participar de atos republicanos e democráticos.

Subida da rampa ao lado de desfavorecidos, na posse de Lula, emociona: “Me senti representado”.

A subida da rampa com tanta gente ao lado do Presidente foi a forma que o cerimonial (leia-se Janja) encontrou para coroar a  entrega da faixa presidencial, quando o presidente que sai entrega a faixa, símbolo do poder, para o que entra. Em 2023, não houve essa solenidade, porque o ex-Presidente Jair Bolsonaro nunca aceitou a própria derrota, negou-se a comparecer ao ato oficial e viajou covardemente para a Flórida em férias, usando avião presidencial, às custas do dinheiro público. A omissão de Bolsonaro virou um tiro pela culatra. Pois a passagem da faixa, pelas mãos do povo, foi revestida de simbolismo. E só fez aumentar a popularidade de Lula. E nesses momento, a emoção só contribui.

“Foi a melhor coisa que o Bolsonaro fez, sumir. Ele ia contaminar a beleza do momento.Ttentou atrapalhar, mas terminou contribuindo para tornar mais popular e mais emocionante a posse de Lula”, afirma o jornalista Mucíolo Ferreira, que está entre os milhares de espectadores que choraram em casa, diante da cena.  E que se sentiram na pele daquelas pessoas, antes tão anônimas. “Eu me vi totalmente representado ali, naquela rampa. Me vi no menino negro, porque minha ancestralidade paterna é africana.  Me vi representado pelo cacique Raoni, porque a mãe de minha mãe, a minha avó materna, era descente de índios. Então, me vi ali, mais uma vez”, diz em zap enviado ao #OxeRecife.

“Me vi representado no professor universitário, porque cursei a Universidade. Me vi na catadora de lixo, porque toda vez que consumo alguma coisa e descarto, sei que tem uma pessoa que vai precisar coletar os materiais reaproveitáveis, como plástico, papel, metais”, completa. “Me vi representado na senhora branca (Jucimara) porque o meu avô paterno era português, branco. Todas aquelas pessoas ali representavam não só o que Lula é – um homem com origem pobre, um homem do povo – como todos nós”, afirma Mucíolo,  que é servidor público, jornalista e reside em um bairro popular, o Morro da Conceição. “E o mais importante: me senti representado no metalúrgico, porque o meu  pai era caldeireiro, e o último emprego dele foi na Máquinas Piratininga do Nordeste, uma metalúrgica que fica perto do Aeroporto dos Guararapes”, conta. “Acho até que o ex-Prefeito João Paulo, do Recife, pode ter sido um dos subordinados dele”, diz, sorrindo. João Paulo foi o primeiro Prefeito eleito pelo PT no Recife. E, como Lula, iniciou a sua vida profissional como metalúrgico. E o sindicalismo foi um trampolim para a política.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Redes sociais  (WhatsApp e @lulaoficial)

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