“Rei do Brega” sofre vandalismo

Não tem jeito. Os vândalos não respeitam nem as personalidades que integram o Circuito da Poesia no Recife. Entre escritores, poetas, cantores e compositores, vez por outra um aparece mutilado, quebrado ou até mesmo derrubado, jogado ao chão.

Entre as estátuas que integram o Circuito, já sofreram ação de vândalos Luiz Gonzaga, Ascenso Ferreira e até mesmo Ariano Suassuna, escritor popular e querido, autor de A Pedra do Reino e o Auto da Compadecida. Pois um dia, a sua estátua amanheceu jogada no chão, ali na calçada da Rua da Aurora, onde ela está, defronte ao Teatro Arraial (foto central).

Nessa madrugada, o Rei do Brega, Reginaldo Rossi (1946-2013), tornou-se a mais recente vítima do vandalismo recifense. Colocada no Pátio de Santa Cruz – um dos redutos da boemia pernambucana –  a estátua reflete o artista sentado em uma mesa de bar, tendo à frente uma garrafa de bebida, em alusão a um dos seus maiores sucessos, Garçom, música na qual ele fala de uma terrível dor de cotovelo. Garçom é considerada hoje um dos clássicos do gênero que consagrou o artista, assim como sua famosa composição A Raposa e as uvas.

Em setembro de 2020, a estátua de Ariano Suassuna apareceu assim, vandalizada, e jogada ao chão. Um horror.

Alguma alma sebosa passou na localidade e, se não destruiu a estátua de Reginaldo, quebrou a garrafa que repousa  “nessa mesa de bar”. Até o momento não se sabe quem foi o autor de mais esse mau exemplo, que tanto choca os cidadãos de bem no Recife. O Circuito da Poesia possui  cerca de 20 estátuas, esculpidas pelo artista Demétrio Albuquerque. Vez por outra, uma sofre agressão.

Elas sempre integram roteiros de grupos que fazem caminhadas a pé, inclusive  constituem um dos 300 realizados pelo Projeto Olha! Recife, que é oficial e oferta passeios gratuitos (com guia). O flagrante do vandalismo foi enviado ao #OxeRecife pelo incansável  e dinâmico fotógrafo Genival Paparazzi. E dessa vez, foi só maldade mesmo. Porque cimento quebrado não serve para vender em ferro velho.

Pois foi essa última a motivação de outros atos de vandalismo no Recife, como o roubo de 64 da 79 peças do Parque de Esculturas Francisco Brennand, que fica no Marco Zero. Após a prisão da quadrilha responsável pelos furtos gigantescos e constantes, soube-se que as peças em bronze – inclusive uma serpente com mais de 20 metros de comprimento – foram derretidas para venda em ferro velho. Só no Recife mesmo… Cadê as câmeras de segurança? Cadê a guarda municipal? Cadê a presença das autoridades?

Nos links abaixo, você confere mais informações sobre o Rei do Brega e sobre atos de vandalismo na nossa cidade.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Genival  Paparazzi / Foto do leitor

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