No começo desta semana, elogiei a rapidez com que a Prefeitura atuou na limpeza das vias públicas da Zona Norte, após a passagem de blocos gigantes com a Turma da Jaqueira Segurando o Talo (que tem trios elétricos) e Pisando na Jaca (orquestra no chão).
Desde então, eventos carnavalescos têm pipocado nos quatro cantos da cidade. E talvez seja por esse motivo que outras áreas estejam tão sujas. A impressão que se tem é os garis e caminhões da coleta estão concentrados nos espaços da folia, deixando o resto da cidade ao léu.
Na minha caminhada matinal, pela Rua Dr João Santos Filho – que liga o bairro de Casa Forte ao Parnamirim – margeando o Rio Capibaribe, encontrei um desespero de lixo na altura do Cais da Vila Vintém. Mas o acúmulo de restos de podas, metralhas, montanhas de plásticos, tralhas pode ser visto ao longo de toda a margem do Rio, estendendo-se aos bairros do Poço da Panela, Santana e Jaqueira. Uma sujeira infeliz, de dar pena. Falta recolhimento de de detritos e varrição.
As folhagens e furtos poderiam ser recolhidos e moídos, para que sejam usados como adubo nos jardins públicos do Recife como, aliás, é feito quando se coleta restos de árvores. O Recife é uma cidade inteira e não só um perímetro de carnaval. Não se admite, portanto, que suas praças, vias as margens dos seus rios fiquem com montanhas de lixo não recolhidos porque os garis trabalham na limpeza da folia. É só fazer um bom planejamento, aumentar as equipes e evitar que nossa cidade pareça que está entregue aos porcalhões, ratos e baratas. Aliás, andar pela beira do Capibaribe, como fiz há alguns dias, a vontade que vem é de chorar.
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife