Depois de dividir opiniões, a construção do polêmico restaurante em forma de Zeppelin sobre dois edifícios tombados no bairro do Recife, está suspensa. Pelo menos temporariamente. Foi o que anunciou hoje o REC Cultural, idealizador e proponente do projeto junto aos órgãos públicos. Além do restaurante no formato do dirigível, o Grupo EBrasil – que atua na área de energia – pretende dotar os dois prédios com equipamentos que vão de museu a biblioteca (especializada em arte), de auditório e laboratório a lojinha do Museu, de cafeteria a restaurante. Os prédios, que são conjugados, ficam na Avenida Rio Branco, 23. E na Avenida Marquês de Olinda, 58, no Marco Zero, a área turística mais frequentada do Centro do Recife.
Como o #OxeRecife já mostrou aqui, a intervenção de equipamentos modernos junto a antigos não é inédita, e há exemplos no mundo. Mostramos o caso da Antuérpia (Bélgica), que implantou uma construção futurista, ao lado de uma secular e então abandonada estação de bombeiros, que terminou sendo restaurada. Na foto acima, o equipamento moderno que foi construído no Museum de Fundatie, que fica na Holanda. Erguido em estilo neoclássico em meados do século 19, o palácio foi remodelado entre 2012 e 2013, com projeto assinado pelo escritório holandês Bierman Henket Architecten, que decidiu desenvolver um modelo arquitetônico com estrutura autônoma, que destoasse totalmente do palácio antigo. O edifício anexo, em forma de ovo – e que, à distância até lembra o Zeppelin– virou atração turística. E como o zeppelin pretendido no Recife, ele parece pousar na cobertura do prédio antigo.
Na nota distribuída nessa sexta-feira, a EBrasil informa que não desistiu do projeto cultural e que este tramitou em todos os órgãos exigidos. Mas que por enquanto a intervenção está suspensa. “Entendemos que a paisagem é algo que compõe o imaginário coletivo, sendo a parte de indentidade de uma cidade e seu povo”. E informa que prefere que o projeto seja “fruto de processo longo e democrático”, e que a intervenção só será feita através de processo de consulta pública, a ser deflagrado nos próximos meses”. Aqui no #OxeRecife não vou repetir as informações anteriores sobre o REC Cultural e seu polêmico zeppelin, que pode ser melhor analisado nos links abaixo, que abordam o assunto, no Leia também.
Mas o que não faltou foi opinião chegando, umas contra. Outras a favor. Para manter o equilíbrio, mostramos cinco a favor e cinco contra.
A favor:
“Excelente matéria, parabéns. Os professores de arquitetura daqui dão aula achando isso tudo lindo e incrível (obras que associam o passado e o futuro). Mas no Recife, eles vão sempre brigar para não ter nada disso. Aquele hotel estranho no Cais de Santa Rita, do ponto de vista do patrimônio é muito pior”, afirma Alexandre Sávio Pereira Ramos, Analista na Gerência de Planos e Sistema de Informação da APAC, e com recente passagem pela Prefeitura do Recife. (Nota do #OxeRecife: Ele referia-se à matéria aqui veiculada sobre a convivência do passado com o futuro, na Autoridade Portuária da Antuérpia.
Outra que prefere ver o REC Cultural implantado, é a designer Gisela Abad: “Antes de opinar, vão se debruçar no projeto. “A proposta é de ocupação com cultura, arte, gastronomia, acolhimento e inclusão, e de restauração de cem por cento dos dois edifícios. Simplesmente maravilhoso”, diz a profissional, uma das mais conceituadas do Recife em sua área.
Criador do Grupo Amantes do Recife, Ubirajara Lopes Carvalho, mostrou-se a favor da intervenção. “Concordo com o projeto.Tem gente falando sem conhecimento do assunto”.
Luciano Morais,leitor do #OxeRecife: “Acho uma boa ideia, pois o Recife não tem um restaurante assim, e não vai afetar tanto a arquitetura”.
Marco Antônio Holanda: “A implantação do projeto é melhor do que termos mais um pardieiro”
Contra:
Paulo Galindo Oliveira – “O que deveriam era reformar a aberração do lado, que serviu de sede para a empresa Nassau” (Nota do #OxeRecife: ele refere-se a prédio moderno, construído há décadas pelo Grupo João Santos, no Marco Zero, que destoa por completo da arquitetura do local).
Joca Souza Leão, escritor – “O avô (João Santos) de Zezinho fodeu o “Recife Antigo” (não gosto desse apelido publicitário). Demoliu vários sobrados coloniais para construir a sede do Grupo (agora quebrado), que poderia ter sido construída em qualquer lugar”. (Nota do #OxeRecife: Zezinho é arquiteto, e seu escritório é apontado como autor do projeto arquitetônico, embora não seja por ele assinado).
Rose Acioly Barbosa – O prédio é uma obra prima da arquitetura. Deve ficar intocável, façam o restaurante em outro lugar.
Cláudia da Fonte – “Não concordo, já tem o João Santos que deixou a área horrorosa”.
Leda Rivas, jornalista – “Não concordo. Por que não construir o restaurante no Parque do Jiquiá?” (Nota do #OxeRecife: O parque do Jiquiá, atualmente tomado pelo mato e abandonado, possui a única torre de atracação de Zeppelins ainda de pé no mundo. Mas ninguém lembra disso).
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Reproduções
O Recife só poderia ser opinado de verdade a pessoas que viveram muito tempo longe e voltam e ver que esse lugar tá abandonado cheio de casarões aos matos e deteriorados e da vontade de chorar com história no lixo e os que aqui nasceram e não tem opinião detalhada e comparativa pois não saíram daqui acha que isso é 1000 maravilhas e um mínimo do mínimo este lugar poderia ser uma real Veneza brasileira mais como tanto caos esgotos a céu aberto e a vc adorno histórico cultural dizer que está tudo lindo é uma utopia!
O Recife Poderia ser opinado de verdade por pessoas que viveram muito tempo longe e voltam e ver que esse lugar está abandonado cheio de casarões históricos aos matos e deteriorados da vontade de chorar com tanta história no lixo e os que aqui nasceram e daqui nunca saíram perderam as forças e a voz de gritar pelos seus direitos e aindam acham que isso é 1000 maravilhas qd recebem em vários setores o mínimo do mínimo,Recife merecia um Real título de Veneza brasileira mais com tanto caos esgotos aos céus abertos dizer que está tudo lindo será uma grande utopia!