Parem de derrubar árvores (466). Seis arboricídios na Praça Elvira Souza

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A imagem acima até parece cena de uma mata devastada. Mas nem se trata de árvores queimadas na Amazônia, nem no Cerrado, nem no Pantanal. Mas no Recife mesmo, e em área urbana. Amiga minha, residente em condomínio vizinho à Praça Ellvira de Souza, documentou meia dúzia de arboricídios naquele logradouro, no bairro das Graças. A ação da motosserra insana foi implacável, derrubando seis de uma vez só.

“A degola abriu uma clareira na Praça. O que observei, aqui de minha varanda, foi o espanto das pessoas, quando passavam pelos tocos, onde antes havia uma área acolhedora, verde e sombreada”, diz ela, que pediu para não se identificar. “Quando a gente passa na Praça só vê o clarão”, reclama. Não é para menos. Seis árvores em um total de 25 fazem, sim, muita falta. Principalmente no Recife, cidade já cheia de ilhas de calor, já em emergência climática e que parece orgulhar-se de ter se transformado na capital nacional do arboricídio.

Troncos degolados indicam que as árvores vinham sofrendo ataque de pragas há tempo: morte como remédio

As degolas são tantas, mas tantas, que às vezes até me atrapalho aqui na numeração, dentro da série #paremdederrubarárvores, que transformou-se em campanha de caráter permanente, devido à ação da motosserra insana em nossa cidade. Estive lá na manhã de hoje, e vi a cena triste de seis árvores erradicadas. Eram todas adultas e já velhas conhecidas das pessoas que residem ali, na proximidades do Colégio São Luiz. Na verdade, uma árvore tombou. Aí a Emlurb foi lá, e derrubou outras cinco.

Pelos troncos, deu para perceber que elas não estavam tão saudáveis quanto deveriam. As seis apresentavam lesões que pareciam ataques de cupins ou outras pragas. Porém, como dizem os botânicos, arborização urbana precisa de investimentos, manutenção, tratamentos fitossanitários, podas bem feitas. Nada disso foi feito ali, e o resultado foi o que se viu. Amo as árvores desde meus tempos de criança e fico muito triste, quando vejo o que vi hoje. Mas parece que para as nossas autoridades, isso é normal, comum. E a reposição, quando vai ser?

Será que se elas tivessem sido bem cuidadas – como mandam os protocolos – teriam tido destino tão triste? Degoladas em série… Sei não… Nos links abaixo, você confere outras perdas no bairro das Graças e casos de arboricídios em série no Recife.

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: da leitora e de Letícia Lins / #OxeRecife

2 comments

SOFIA DE PAULA LOPES disse:

14 de abril de 2025 às 16:01

Infelizmente elas não receberam os cuidados necessários de manutenção, prevenção, tratamento fitossanitário.
E assim tem sido desde sempre.A prefeitura não cuida das árvores da cidade e,quando elas adoecem,são eliminadas.
Menos árvores ,menos sombreamento,mais calor e desconforto térmico.
Triste…

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Carlos disse:

14 de abril de 2025 às 16:43

É triste e lamentável o despreparo, o descaso com o verde no Recife, digo até em Pernambuco. Estava doente, tem cura. Já pensou se todas as pessoas que adoecesse, fizesse eutanásia?

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